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A Área Continental de São Vicente deverá abrigar a nova área de transbordo de lixo da Cidade. Três terrenos estão sendo avaliados pela Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb). Segundo o presidente da Companhia de Desenvolvimento de São Vicente (Codesavi), Ivo Oshiro, a medida não causará danos aos moradores daquela região. A expectativa é de que os serviços tenham início em 180 dias.
“As áreas avaliadas são de menor impacto para a população e não estão próximas a áreas residenciais. A área será coberta e o lixo não terá contato com o solo. Estamos trabalhando com a ideia de que os caminhões compactadores descarreguem de forma direta. O projeto já está montado há muitos meses e o serviço apresentado será diferenciado. De forma alguma o cidadão, o munícipe da Área Continental terá qualquer tipo de imprevisto”, afirmou Oshiro, sem revelar o local. Segundo ele, a Cetesb já se prontificou a avaliar os terrenos em um curto espaço de tempo.
Oshiro ressaltou que a previsão é de que essa nova área de transbordo esteja funcionando em seis meses. “Por mais que a Cetesb tenha se prontificado a agilizar o laudo, ainda leva um tempo. Além disso, temos toda uma obra simples de engenharia a ser realizada”.
Por enquanto, o lixo recolhido na Cidade está sendo encaminhando diretamente para o aterro sanitário Sítio das Neves, na Área Continental de Santos. Sem o transbordo, os caminhões coletores seguem para a cidade vizinha com os resíduos sem transferi-los para os basculantes. Com isso, o processo se torna lento, afetando os trabalhos de limpeza urbana.
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A Prefeitura tem 180 dias para retirar o lixo existente na área de transbordo do Parque Ambiental Sambaituba. Não há possibilidade de o local ser novamente utilizado para essa finalidade. “Há um entendimento pacífico entre o Ministério Público, a Prefeitura e a Cetesb nesse sentido. A legislação em vigor estabelece uma série de exigências, como a cobertura, por exemplo, e ali não é viável. Aquela área antes de ser transbordo era um lixão e o terreno é instável. Além da orientação técnica temos todo um impacto que acabou interferindo naquela região. Aquela população não pode mais ser penalizada”, afirmou Oshiro.
O presidente da Codesavi ressalta que, desde 2013, ano em que assumiu a direção da companhia, uma nova área de transbordo e alternativas para solucionar o problema são avaliadas.
“Tudo o que nós procedemos na Codesavi passa por uma análise completa, um estudo, pensando a médio e em longo prazo. Estamos enfrentando problemas históricos e que se arrastam há anos. Existe uma série de fatores a serem observados. Temos que unir a questão ambiental, técnica e financeira. Temos que entender que o serviço público não é brincadeira. Poderíamos trazer uma empresa com uma tecnologia maravilhos, e impagável, mas para a conta não fechar?”, questiona.
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Em relação ao lixo espalhado nas ruas da Cidade, Oshiro destacou o descarte irregular. “Temos em São Vicente um grande problema de descarte irregular de material. Tivemos uma reunião com as secretarias de Obras, Meio Ambiente, Transporte, Comércio e a Polícia Militar. Algumas questões importantes foram pontuadas e de que forma solucioná-las. Traçamos como meta e obrigação olhar nossas fronteira e coibir o descarte irregular”, disse.
Núcleos
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No final do ano passado, o prefeito Luis Cláudio Bili (PP) anunciou a criação de 12 núcleos de apoio à limpeza urbana na Cidade. Eles atuarão nos moldes das antigas administrações regionais. Os trabalhos serão realizados por funcionários da Codesavi em uma parceria com a Secretaria de Mobilidade Urbana (Semurb).
“Creio nos próximos dias os serviços já estarão iniciando. Serviços pontuais – limpeza de guia, raspação, capinagem e zeladoria - terão pronto atendimento. Coisa que talvez não tivessemos fazendo de forma tão ágil. As regiões estão definidas e estamos avaliando os locais onde as sedes serão instaladas”, disse Oshiro.
O primeiro núcleo já está em funcionamento e atende a região da Rodoviária, que fica entre os bairros Beira Mar e Parque São Vicente. “Por conta de todo o problema com o transbordo e dá a impressão que não está funcionando, mas já está”, afirmou.
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Sambaiatuba: lixão, parque e transbordo
A área que hoje abriga o Parque Ambiental Sambaiatuba operou por 30 anos como lixão. Os resíduos provenientes da Cidade ficavam expostos a céu aberto. O cenário era degradante. Pessoas se misturavam a urubus para encontrar alimento. O mau cheiro do local exalava pela região. Na Codesavi, processos datados do final da década de 1980 e por toda a década de 1990, confirmam as autuações dos órgãos ambientais. Anexos aos documentos, reportagens da época retratam a falta de dignidade e o descaso ao meio ambiente.
O antigo lixão foi desativado em abril de 2002. Houve um intenso trabalho de cadastramento das famílias em programas sociais e educacionais. O local se transformou no Parque Ambiental Sambaiatuba. Ganhou horta comunitária, projeto de incentivo a geração de renda aos antigos catadores, espaço para reciclagem de materiais, quadra de esporte e parque para as crianças.
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Com o crescimento demográfico e o consequente aumento da produção de lixo na Cidade, o local, projetado apenas como espaço de transferência de resíduos, passou a receber demanda maior do que sua capacidade e o resultado foi o acúmulo de resíduos. Desde 2010, os órgãos de proteção ambiental sinalizavam a necessidade de criação de uma nova área de transbordo no Município.
Diferenças entre aterro sanitário e transbordo
Existem diferenças entres os aterros sanitários e os transbordos. O primeiro trata-se de grandes áreas preparadas tecnicamente para receber os resíduos orgânicos coletados nas residências. O segundo são pontos de destinação intermediários dos resíduos coletados na Cidade, criados em função da distância entre a área de coleta e o aterro sanitário.
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O aterro sanitário conta com garantias de proteção ao meio ambiente, evitando a contaminação do lençol freático. Após o esgotamento dos aterros, a área é totalmente coberta e poderá ser utilizada como área de lazer, depois que o nível de contaminação for praticamente zerado.
O transbordo, modelo que Área Continental de São Vicente deve abrigar, é um local onde o lixo é descarregado dos caminhões compactadores e, depois, colocado em uma carreta que leva os resíduos até o aterro sanitário, seu destino final.
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