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A Diocese de Santos, que compreende os nove municípios da Baixada Santista, realizou ontem mais uma edição do Grito dos Excluídos. Após dois anos sem realizar atividades alusivas ao ato, que ocorre em todo o País desde 1995, membros de igrejas católicas da Região e de movimentos sociais estiveram reunidos na Paróquia Santa Margarida Maria, em Santos, e, em seguida, marcharam até a Paróquia Nossa Senhora de Fátima, onde o bispo Tarcisio Scaramussa celebrou uma missa.
“Este ano resolvemos trazê-lo de volta e o Grito dos Excluídos tem como tema a questão da mídia, que é um tema forte. A gente vai trabalhar quatro linhas, mas trazendo um pouco a realidade para a Diocese de Santos, falando sobre a problemática das moradias, a democratização dos meios de comunicação, a redução da maioridade penal e a reforma política”, disse Ricardo Fisher da Silva, membro da equipe de organização do Grito dos Excluídos, na Baixada Santista.
Silva, que faz parte da Paróquia Santa Rosa de Lima, no Guarujá, destacou o desejo que a Igreja Católica tem de se reaproximar da sociedade e de discutir temas fortes. “A igreja perdeu, com o passar do tempo, esse respaldo da sociedade. E o nosso bispo, Dom Tarcisio, tem falado muito que a gente precisa cada vez mais estar atuante na sociedade. Estar presente nos movimentos de luta por moradia, trazer a questão da violência contra a mulher, a questão da redução da maioridade penal. A igreja é contra a redução da maioridade penal, porque ela não acredita que de fato isso vá trazer uma melhoria. Não que as pessoas não devam ser punidas, mas a punição deve ser de uma forma diferente. O nosso grande referencial é o Papa Francisco e atualmente o nosso bispo”.
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Realizado anualmente no dia 7 de setembro, o Grito dos Excluídos faz um contraponto ao dia em que se é comemorada a Independência do Brasil. “A gente vê cada vez mais pessoas às margens da sociedade. A ideia é mostrar um modelo diferente ao qual nós podemos de fato comemorar. Trazer para a sociedade a realidade que as pessoas vivem. Enquanto alguns vão lá comemorar a tal independência do Brasil, a gente vai fazer uma reflexão, com as pessoas que estão presentes no evento, de que modelo de País nós estamos querendo comemorar. Se ele de fato existe”, ressaltou Silva.
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