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Derrotado por José Ivo Sartori (PMDB) na eleição do último domingo, Tarso Genro deixará o governo do Rio Grande do Sul no final do ano. Depois disso, não pretende se candidatar a mais nenhum cargo público. Em entrevista ao jornal Zero Hora, ele contou que sua prioridade será trabalhar num projeto que possa apresentar ao PT para fazer uma reestruturação do partido.
"A minha cota de participação eleitoral, na minha avaliação, está esgotada", afirmou. "Não está no meu imaginário nenhuma eleição, nem ao Parlamento, nem no Executivo. Quero aproveitar a minha experiência para produzir um movimento mais de conteúdo estratégico do que vinculado a processos eleitorais", disse o governador de 67 anos, um dos quadros mais antigos e tradicionais do PT.
Com a experiência de ter sido deputado federal, prefeito de Porto Alegre, ministro no governo Lula e agora governador, Tarso parece disposto a ajudar o PT a pensar no futuro. "Vou continuar atuando dentro do meu grupo, Mensagem ao Partido, que é minoritário (dentro da legenda) e vai mobilizar todas as forças para que o partido se reestruture, dê mais passos em relação à questão ética", contou.
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Segundo ele, o PT errou ao não ter dado sequência a um "profundo movimento refundacionista do partido" na ocasião da crise do mensalão. "Refundacionista não significa descartar suas raízes, significa reorganizar seus alicerces, suas fundações. O partido se renovou muito pouco de lá para cá", explicou.
Questionado se aceitaria assumir um ministério no novo governo da presidente Dilma Rousseff, ele descartou a hipótese, dizendo que não seria convidado. Ele disse também não acreditar na candidatura de Lula ao Palácio do Planalto em 2018. "Não acho que ele esteja vocacionado para disputar as eleições, nem que esteja preparando isso. A preocupação maior dele é dar força para a presidente Dilma fazer um governo melhor ainda do que foi o primeiro", avaliou.
Na mesma entrevista, Tarso fez uma avaliação da eleição estadual, em que recebeu 38,79% dos votos válidos no segundo turno e, desta forma, não conseguiu se tornar o primeiro governador reeleito do RS. Ele não atribuiu a derrota a um sentimento contrário ao PT.
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"O que existe no sentimento popular é uma rejeição à política, aos partidos em geral. Não ao PT em particular. A causa mais importante da nossa derrota foi que tivemos o candidato (Sartori) mais adequado para a conjuntura e que soube capitalizar todo esse imaginário antipolítica e antipartidos", justificou.