Cotidiano

Após denúncia, Daniel Martinez pede exoneração

Secretário municipal de Obras e Meio Ambiente de São Vicente é alvo de investigação do Gaema

Pedro Henrique Fonseca

Publicado em 08/08/2014 às 10:26

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Nove dias depois de o Diário do Litoral ter publicado com exclusividade denúncia de que o secretário municipal de Obras e Meio Ambiente de São Vicente, Daniel Martinez, estava sendo acusado pelo Ministério Público do Estado de ter cometido crime ambiental, ele pediu exoneração do cargo ao prefeito Luis Cláudio Bili (PP).

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Uma reportagem publicada no último dia 24 no DL mostrava que a água do Parque Estadual Xixová-Japuí, em São Vicente, foi usada por cerca de oito meses para lavar as ruas após as feiras-livres. A captação ilegal foi alvo de denúncia do Grupo de Atuação Especial de Defesa do Meio Ambiente (Gaema). Segundo o órgão, Martinez permitiu e cobrou pelo  crime ambiental.

A versão dada pela Administração Municipal para a saída dele, porém, não faz ligação nenhuma com a investigação feita pelo Gaema. Nota encaminhada à Redação afirma apenas que: “o secretário de Obras e Meio Ambiente Daniel Martinez pediu exoneração do cargo para se dedicar às campanhas regionais em face de ser uma liderança de seu partido”. O pedido de saída foi feito na segunda-feira.

A Prefeitura informou ainda que em seu lugar assumiu, em regime definitivo, André Luiz da Silva, arquiteto há mais de 15 anos na Cidade. Ao contrário da medida tomada por Daniel Martinez, ocupantes de cargos públicos, especialmente os de primeiro escalão, costumam se afastar por um período determinado para cuidar de campanhas partidárias.

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Em São Vicente, Daniel Martinez era visto como homem de confiança do vereador Júnior Bozzella (PSDB) dentro da Administração Bili. Bozzella é candidato a deputado estadual.

Crime ambiental ocorreu dentro do Parque Xixová-Japuí (Foto: Luiz Torres/DL)

Entenda a denúncia

Segundo apurado pelo Gaema, a água do Parque Estadual Xixová-Japuí, em São Vicente, foi usada por cerca de oito meses para lavar as ruas após as feiras-livres.

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Ligado ao Ministério Público do Estado, o órgão havia entrado com uma ação civil pública ambiental pedindo a suspensão imediata da captação de água na nascente do parque, pagamento de multa de R$ 192 mil (a serem revertidos na manutenção do parque), multa de R$ 10 mil a cada novo flagrante de captação de água sem a autorização dos órgãos ambientais competentes, além de uma fiscalização efetiva por parte imposta à Fundação Florestal.

O crime teria ocorrido entre maio de 2011 e janeiro de 2012, quatro vezes por semana (16 vezes por mês). O Gaema calculou que as 128 captações ilegais de água no tanque do caminhão (de 30 mil litros) resultaram na perda de 3 milhões e 840 mil litros de água.

O motorista que coletava a água no local foi ouvido pelas promotoras do Gaema e admitiu que captava água há cerca de oito meses “seguindo ordens de Daniel Martinez, que mora no local e trabalha na Prefeitura de São Vicente”.

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