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Mascarados voltaram a deixar rastro de destruição pelas ruas das maiores cidades do País, na noite desta terça-feira, 15. Após protestos pacíficos realizados no Rio e em São Paulo no Dia do Professor, integrantes do Black Bloc incendiaram agências bancárias, restaurantes e lojas e depredaram ônibus e até veículos da Polícia Militar. Até as 21 horas, somente na capital paulista, 56 pessoas haviam sido detidas e 4 PMs ficaram feridos.
Houve confronto violento entre baderneiros e a PM tanto no Rio como em São Paulo. Na capital fluminense, houve destruição na Cinelândia, região central, e a Marginal do Pinheiros foi palco do conflito entre PMs e vândalos, na zona oeste da capital paulista.
O conflito no Rio foi o mais intenso da noite. Começou às 20h15 na Avenida Rio Branco, depois que a manifestação dos professores - em greve desde 8 de agosto - havia se dispersado. Os black blocs depredaram um ônibus da PM na Rua Santa Luzia e incendiaram um restaurante do McDonald’s e uma agência do HSBC, na Cinelândia. Houve pichações nas paredes da Câmara Municipal.
Coquetéis molotov foram lançados contra os estabelecimentos e os vândalos usaram placas de metal retiradas de uma construção para enfrentar a PM. Dezenas de bombas de efeito moral e de gás lacrimogêneo foram arremessadas.
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Fracassou a tentativa de um protesto de paz, empreendida por um grupo de 30 black blocs durante a primeira parte do ato. Cerca de 200 mascarados acompanhavam a passeata dos professores. "Hoje não tem quebra-quebra", gritavam alguns dos supostos líderes. A ordem foi desobedecida. Em instantes, montes de detritos e objetos eram incendiados na esquina da Rio Branco com a Rua Pedro Lessa, quase na frente do prédio histórico da Biblioteca Nacional.
Cercados pela PM, os black blocs fugiram em direção ao Aterro do Flamengo e ao Largo da Carioca. A tradicional rota de escape, pela Rio Branco, não foi usada. Tropas da PM ocuparam a principal avenida do Rio. Pela via, o protesto promovido pelo Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação do Rio (Sepe-RJ) em homenagem ao Dia do Professor reuniu cerca de 5 mil manifestantes, segundo a PM, e 10 mil, na avaliação do Sepé.
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Para evitar o acesso à Rua Evaristo da Veiga, onde fica o Quartel General da PM, foram instaladas grades de ferro de 3 metros de altura. Policiais também formaram cordões de isolamento para impedir a passagem de manifestantes nos dois sentidos da Rua Senador Dantas, atrás da Câmara Municipal. Policiais da Tropa de Choque ficaram dentro da Câmara.
Desentendimento
Na capital paulista, a passeata com cerca de 300 manifestantes, segundo a PM, saiu às 18 horas do Largo da Batata, em Pinheiros. O grupo, formado principalmente por estudantes e funcionários da Universidade de São Paulo (USP), partiu pela Avenida Faria Lima, sentido Itaim-Bibi, até a Ponte Eusébio Mattoso. Às 19h30, a confusão teve início no acesso à Marginal do Pinheiros, quando alunos da USP, que ocupam a Reitoria desde o dia 1.º deste mês, começou a discutir com os black blocs.
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Uma das diretoras da União Estadual dos Estudantes de São Paulo (UEE-SP), que preferiu não se identificar, afirmou que o ato era pacífico, mas que a presença dos mascarados diluiu o protesto e tirou sua força. O primeiro foco de conflito foi a depredação de uma concessionária Honda na Avenida Eusébio Mattoso, no sentido Marginal.
No conflito com a polícia, parte dos manifestantes invadiu a loja de móveis Tok&Stok, na Marginal, e houve as detenções. Na confusão, quatro policiais ficaram feridos. Parte do grupo correu para a Avenida Vital Brasil, onde quatro agências foram depredadas e a Estação Butantã foi pichada. Um ônibus foi depredado no Butantã, na mesma região.
Prisão
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André Zanardo, advogado da ONG Advogados Ativistas, questionou a prisão daqueles que entraram na unidade da rede de lojas de móveis. "Conversei com manifestantes e seguranças e eles disseram que um grupo entrou na loja com autorização para beber água e limpar os olhos", afirmou.