Cotidiano

Apitaço pede despoluição da Baía de Guanabara

O motivo do alerta é a poluição da Baía de Guanabara, que será utilizada como local das provas de vela nos Jogos Olímpicos de 2016

Publicado em 06/06/2015 às 17:52

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Vários apitos soaram neste sábado (6) vindos de caiaques e canoas nas águas da enseada de Botafogo, zona sul do Rio. O motivo do alerta é a poluição da Baía de Guanabara, que será utilizada como local das provas de vela nos Jogos Olímpicos de 2016.

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Para um dos organizadores do protesto, o biólogo Mario Moscatelli, permitir que competições das Olimpíados ocorram no local é uma temeridade. “No pré-olímpico do ano passado colocaram os atletas dentro daquela latrina. Neste ano, corremos o risco novamente de expor os atletas a uma hepatite ou uma gastroenterite”, comentou.

O problema, segundo ele, que se arrasta há décadas, não é fruto de falta de dinheiro, mas de má gestão. “Faltando um ano e pouco para as Olimpíadas, [tem] cocô por todo o lado. Com uma gestão e fiscalização eficientes, em 20 anos isso aqui fica limpo”, declarou ao ressaltar que o trabalho deve envolver políticas de estado de habitação, transporte e saneamento. “Você vê crescimento desordenado acontecendo em todos os municípios, seja de pobres ou ricos, o crescimento desordenado despeja o esgoto dentro dos rios, que vai parar dentro da Baía. O meio ambiente está pagando pela ausência de políticas públicas”.

Um dos compromissos assumidos com o Comitê Olímpico Internacional para sediar as Olimpíadas era a meta de despoluir 80% da Baía de Guanabara (Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil )

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Um dos compromissos assumidos com o Comitê Olímpico Internacional para sediar as Olimpíadas era a meta de despoluir 80% da Baía de Guanabara. Em julho do ano passado, o governo do estado anunciou novo plano de despoluição da baía. No mesmo mês, o governo admitiu que a porcentagem não seria alcançada e que despoluição deveria levar pelo menos 15 anos. O esgoto doméstico é a principal fonte de poluição da baía, que tem 50 afluentes.

O apitaço organizado hoje contou com o apoio de representantes da Ordem dos Advogados do Brasil que solicitaram ao Ministério Público Federal (MPF) um Termo de Ajuste de Conduta (TAC) com o governo do estado, por meio da Secretaria de Estado de Ambiente. Eles também vão encaminhar documento técnico e fotográfico à secretaria e ao MPF relatando as condições da baía. O TAC estabelece metas, cronograma físico-financeiro, parâmetros de sucesso ambiental e econômico, entre outros pontos.

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