Cotidiano

Apesar da proibição de acesso, surfistas vêm utilizando o Emissário Submarino

Vídeo publicado no Instagram, e enviado à Reportagem, mostra que surfistas afastam os tapumes que cercam o equipamento para chegar à sede da Escolinha de Surfe

Carlos Ratton

Publicado em 28/10/2021 às 07:00

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Tapumes cercam o Emissário para evitar que pessoas se acidentem / Nair Bueno/DL

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Desde o dia em que foi interditado, em 9 de julho de 2020, e, principalmente, após o início dos trabalhos de preparação para as obras do Novo Quebra-Mar, em 19 de julho último, o Emissário Submarino tem acesso proibido por questões de segurança.

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No entanto, um vídeo publicado no Instagram do surfista Picuruta Salazar, enviado à Reportagem, mostra que surfistas afastam os tapumes que cercam o equipamento para chegar à sede da Escolinha de Surfe que deveria estar fechada como as demais atrações do local. O surfista que está sendo filmado chega a convidar uma pessoa para participar da escolinha.

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"No final do vídeo dá para perceber que os surfistas têm acesso ao quebra-mar interditado por meio de um falso tapume para a escolinha. Seria bom questionar o prefeito sobre essa autorização que não deveria ser aceitável", explica a fonte que enviou o vídeo.

A própria Administração já informou que a Escola de Surfe Picuruta Salazar, apesar de receber o nome do renomado surfista, é um equipamento público, como os demais que se encontram no Quebra-Mar. Por isso, é de responsabilidade da Prefeitura, sob proteção da Guarda Civil Municipal (GCM).

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O acesso é proibido há meses a todos os cidadãos e cidadãs porque os trabalhos de preparação para as obras na área interditada causam perigo de acidentes que, se ocorrerem, podem gerar responsabilidade à Administração.

Muita gente não frequenta os demais equipamentos e não pode contemplar a paisagem durante este período de interdição. Além disso, o acesso dos surfistas à praia não depende da qualquer passagem pela área cercada pelos tapumes.

A entrada tem que ser fiscalizada pela GCM também porque pode servir esconderijo de marginais que cometem crimes de furtos e roubos na região do José Menino, conforme já denunciado pela população do entorno e publicado pelo Diário.

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Vale lembrar que, ano passado, um áudio que viralizou nas redes sociais colocou Picuruta Salazar e o secretário de Segurança Pública, coronel Sérgio Del Bel, responsável pela GCM, no centro das atenções virtuais.

O surfista reclamava com Del Bel que um guarda estaria proibindo o acesso à Escolinha. Picuruta chegou pedir a Del Bel que tomasse uma atitude para evitar que o então prefeito Paulo Alexandre Barbosa (PSDB) fosse acionado.

PREFEITURA.

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Picuruta Salazar não se manifestou. Já a Prefeitura informa que, como a escola se localiza na estrutura anexa ao Emissário, o acesso dos professores para retirada do material exige que se passe pelo espaço vedado por tapumes, apenas para o deslocamento do local onde estão guardadas as pranchas e equipamentos até a faixa de areia.

Quanto à segurança e do acesso ao local, a GCM garante que mantém no local uma viatura da corporação, com dois agentes, 24 horas, além de um guarda responsável pelo patrulhamento nas imediações. Também que equipes utilizam motos para dar apoio frequente na área.

A Prefeitura ressalta, porém, que banhistas e turistas invadem o local. Nestes casos, a GCM, é responsável por orientar as pessoas de que aquele equipamento encontra-se em reforma, alertando para a proibição de acesso ao local e aos possíveis perigos da área.

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SUSPENSAS.

A questão envolvendo o Emissário se arrasta. As obras foram suspensas ano passado após o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) alegar que os serviços começaram sem que a empresa - a Valoriza Energia - tivesse o 'direito de iniciá-las.

O TJ-SP ainda constatou que o estudo de impacto foi aprovado sem audiência pública prevista em lei, além de não ter contado com nenhuma participação social nas decisões e não atender aos princípios da compensação ambiental.

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A Administração resolveu realizar o projeto do Novo Quebra-Mar com recursos públicos. No entanto, na última terça-feira (26), a Prefeitura suspendeu a licitação das obras por conta de um pedido de impugnação de uma empresa. O prazo para início da primeira fase das reformas foi redefinido somente para janeiro próximo.

O prazo de execução da fase um será de 12 meses e o custo estimado será de pouco mais de R$ 14 milhões (exatos R$ 14.111.618,98) - recursos do Estado e Município. A previsão de reabertura do parque é gradativa, a partir do primeiro semestre de 2022, à medida em que as fases 1 e 2 das obras forem entregues.

 

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