20 de Setembro de 2024 • 04:22
Crianças e adolescentes que sofreram violação de seus direitos, como abandono, falta de cuidados, violência física ou psicológica, entre outros, hoje estão abrigadas numa instituição de acolhimento e sentem falta de vínculos e afeto individual. Esta é a situação de muitos dos abrigados na Instituição de Acolhimento São Francisco de Assis, da Secretaria de Promoção Social (Sepros).
Pensando em amenizar o sofrimento dessas crianças e adolescentes, a Instituição criou o Programa Apadrinhamento Afetivo, no qual pessoas da sociedade civil podem apadrinhar crianças e adolescentes que foram destituídos de suas famílias. De acordo com a Secretária de Promoção Social, Nanci Solano, o objetivo do Programa é que a criança tenha vínculo com os padrinhos. “A intenção é que eles criem laços de afetividade por toda a vida. E que a criança ou adolescente tenha uma referência quando sair da unidade institucional”, disse. As inscrições para novos padrinhos estarão abertas de 4 a 15 de agosto, na própria unidade que fica na Rua Thomé de Souza, 1313, Bairro Aviação.
Nesta última sexta-feira (18), foi realizada uma reunião de sensibilização que contou com a presença de pessoas interessadas em serem padrinhos. A coordenadora da unidade, Lívia Silva, juntamente com uma equipe, esclareceu as principais dúvidas dos presentes. “Os candidatos passarão por diversas etapas, como visita domiciliar, entrevista e curso de capacitação. A pessoa tem que ter certeza do que quer, pois a criança não pode ser abandonada pela segunda vez”.
Pessoas que já são padrinhos e madrinhas estiveram presentes e deram seu depoimento. “João Vitor tinha onze anos quando eu e meu marido o apadrinhamos. Ele passa os finais de semana conosco e, no início, ele parecia ter cinco anos de idade, falava como bebê, comia como se estivesse disputando a comida com ouras pessoas, nunca tinha usado telefone, por exemplo. Um ano depois, ele é um orgulho para nós, domina internet, conversa, sabe se comportar como um mocinho, tem muito pra evoluir, mas o progresso é muito grande”, afirmou a madrinha Maria José.
Já para Marina de Lima, o vínculo criado com a pequena Giovana, de 9 anos, foi tão forte que a transformou em mãe. “eu e meu marido nos identificamos tanto que, com o passar do tempo, resolvemos adotá-la. Hoje sou mãe e muito grata por isso”.
Para participar do Apadrinhamento Afetivo, o interessado precisa ser maior de 18 anos, residir em Praia Grande e responder a um questionário na instituição. Não é preciso ser casado. Mais informações podem ser obtidas pelo telefone: 3496-5118.
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