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O próximo leilão de telefonia de quarta geração (4G), com frequências na faixa de 700 megahertz (MHz), segue marcado para o primeiro semestre de 2014, mas será mais para o fim do período, entre maio e junho, garantiu nesta terça-feira, 22, a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) O interesse das operadoras de telefonia em novo leilão, porém, dependerá das condições, segundo afirmaram executivos durante o Futurecom, evento de telecomunicações que se estende até quinta-feira no Rio.
No Brasil, a televisão aberta também usa a faixa de 700 MHz. Por isso, há uma disputa entre operadoras e empresas do setor de radiodifusão. O secretário executivo do Ministério das Comunicações, Genildo Lins, lembrou que a TV aberta só usa a faixa de 700 MHz em cerca de 700 municípios brasileiros. "Temos deixado claro que tanto o 4G quanto a TV têm que conviver. Vamos garantir que não haverá interferência ou pelo menos que ela seja minimizada", disse.
Segundo o presidente da Anatel, João Rezende, o leilão da faixa de 700 MHz poderá ser complementar à licitação da faixa de 2,5 gigahertz (GHz), realizado ano passado. A ideia em estudo no órgão regulador é permitir às empresas vencedoras do leilão da faixa de 2,5 GHz usarem as novas frequências na faixa de 700 MHz para cumprir as metas estabelecidas no primeiro caso.
Segundo o presidente da Claro, Carlos Zenteno, o interesse no próximo leilão depende dessa complementaridade. "Entendemos que esse leilão tem que ser um complemento do que aconteceu", disse Zenteno, lembrando que as empresas investiram pesado no leilão do ano passado. "A frequência de 700 MHz é, sem dúvida, uma melhor frequência para atingir as metas. Agora, sem dúvida, teríamos que revisar o plano, ver o que significam essas metas", completou.
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O espectro de 700 MHz é mais adequado a garantir cobertura da internet móvel em ampla abrangência geográfica, enquanto a faixa de 2,5 GHz tem menos alcance, mas garante melhor cobertura em áreas densamente povoadas, como a regiões metropolitanas.
Segundo o presidente da Anatel, o Conselho do órgão votará a destinação da faixa de 700 MHz para a internet móvel "ainda este mês". Em seguida, trabalhará no regulamento para os canais de TV aberta e, então, fará uma consulta pública técnica sobre relacionamento entre a tecnologia LTE (usada no 4G) e a TV aberta. Só depois lançará o edital.
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Em meio às incertezas, a Telefónica Vivo prefere focar na faixa de 2,5 GHz. "O governo brasileiro tomou a decisão de colocar a frequência de 2,5 GHz para a quarta geração. Todas as empresas estão focadas nesse projeto. É isso que nós temos nas mãos", afirmou o presidente da companhia, Antonio Carlos Valente, destacando, porém, que a oferta de mais serviços dependerá do uso de mais espectro.