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As frutas têm sido as grandes vilãs das feiras nas últimas semanas. Segundo o índice da Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp), os preços registraram alta de 4,18% no mês de outubro. O limão, que está no período de entressafra, é um dos mais caros da lista. Os consumidores já sentiram o peso do aumento no bolso.
“Venho toda semana na feira e senti o aumento. O limão está muito caro. A banana além de cara está pequena. As coisas sobem e o salário continua o mesmo. O jeito é substituir por uma fruta mais em conta”, afirma a dona de casa Maria de Lourdes do Nascimento, moradora do Boqueirão.
O ambulante Joazir Cerejo dos Santos, que possui uma barraca na praia, tenta não repassar o preço aos seus clientes, já que entre as bebidas mais vendidas estão as preparadas com frutas. “Tá difícil. Venho no final da feira quando o preço cai. Abacaxi e limão não podem faltar na barraca. Assim como o kiwi que paguei R$ 16,80 o quilo. Ainda não repassei o preço para o cliente, mas se continuar assim não vai ter jeito”, relata.
O DL percorreu a feira da Rua Silva Jardim, no Macuco, em Santos, por volta do meiodia. Entre as frutas mais caras estavam o abacaxi – R$ 6 a unidade, o limão – R$ 6 meia dúzia, a dúzia da laranja pêra era vendida a R$ 4 e a unidade do mamão papaya a R$ 5.
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Segundo Flávio Godas, economista-chefe da seção de Economia e Desenvolvimento da Ceagesp, a alta nos preços tem relação com a estiagem e a entressafra. “O limão está no período de entressafra. Desde julho vem subindo e, em outubro, registrou alta de 64,7%. Até o final ele e maracujá devem estar em alta. O preço deve cair em dezembro”, afirma.
De acordo com o economista, a tendência é que as frutas continuem em alta até dezembro, devido às festas. No entanto os preços devem permanecer, em geral, como no ano passado. “Aumenta porque há uma maior procura e consumo. Há também previsão de estiagem e altas temperaturas. Em alguns locais, o excesso de chuva também pode afetar os preços”, destaca.
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Tomate
Entre os consumidores, o preço do tomate também preocupa. O produto, que já chegou a ter o quilo vendido por R$ 9 nas feiras, atualmente custa, em média, de R$ 3 a R$ 4 o quilo.
Marinaldo Bento Rodrigues, que há 30 anos atua nas feiras de Santos, disse que o preço do tomate, assim como de outros alimentos, varia de acordo com a procura. “Se tiver muita procura ele aumenta. Se for pouca sobe. Ontem paguei na caixa de tomate R$ 40. Hoje paguei R$ 25. Coloquei a R$ 2 o quilo, está barato, mas a procura foi baixa”, explica.
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Ele, que já chegou a pagar R$ 170 na caixa do tomate, afirma que a chegada da temporada também contribui para a alta nos preços. “Mais gente na região, consequentemente o consumo aumenta e, com ele, os valores também”. O economista da Ceagesp tranquiliza os consumidores.
“O valor deve subir um pouco em dezembro devido à procura. No entanto não atingirá os valores observados no ano passado, até porque a entressafra dele ocorre próximo em meados de março, próximo à Páscoa”.
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