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A inflação atingiu a maior alta da série histórica do Índice de Preços ao Consumidor – Classe 1 (IPC – C1) no primeiro semestre deste ano com aumento de 5,97% — 3,89% maior que a alta do mesmo período do ano passado. No período de 12 meses, o índice de inflação subiu 9,11%.
Já o salário mínimo, calculado sobre o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), foi reajustado em 9,21%, o que mostra que não houve aumento real de salário, afetando diretamente famílias de baixa renda. O índice de inflação é calculado com base nas despesas de consumo das famílias com renda entre 1 e 2,5 salários mínimos mensais. Os dados foram divulgados esta semana pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV).
No mês de junho o índice registrou alta de 1,29%, mas houve uma desaceleração em relação à inflação de maio, em 1,38%. Só na Baixada Santista, segundo apontou o último censo do IBGE de 2000, 40.162 famílias se sustentam com renda mensal de um a dois salários mínimos.
O projeto de lei do Governo Federal aprovado no Congresso para o salário mínimo deste ano estabelece que, até 2011, o mínimo receberá correção da inflação do INPC, acumulada desde o último aumento, acrescido de percentual idêntico ao do crescimento real do Produto Interno Bruto (PIB) de dois anos antes — no caso, 3,75%.
No mês passado, a maior contribuição para a alta em 12 meses do IPC-C1 foi a Alimentação — que passou de 17,01% para 18,88%, elevando de 78% para 79%, o impacto do grupo sobre o resultado geral. Os itens que mais pesaram foram arroz branco (26,03% para 45,78%), feijão carioquinha (119,31% para 137,51%), batata-inglesa (2,32% para 19,39%) e carnes bovinas (32,87% para 44,13%).
Também contribuíram para a alta do IPC-C1 em 12 meses os grupos Habitação (2,05% para 2,32%), Saúde e Cuidados Pessoais (3,54% para 4,04%) e Vestuário (4,84% para 5,43%), com destaque para gás de bujão (3,15% para 5,01%), medicamentos em geral (3,55% para 4,02%) e roupas (3,44% para 4,64%).
A taxa do grupo Transportes repetiu em junho, a taxa acumulada em 12 meses até maio, que foi de 2,52%. Contribuíram para a estabilidade da taxa os itens gasolina (-1,82% para -1,99%) e ônibus interurbano (3,06% para 3,34%).
Já os grupos Educação, Leitura e Recreação (5,04% para 4,79%) e Despesas Diversas (4,94% para 4,60%) registraram decréscimos nas taxas de 12 meses, com os itens material escolar (exclusive livros) (8,07% para 7,39%) e alimento para animais domésticos (8,26% para 7,13%).
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