Cotidiano

Aldeia Rio Branco está em situação precária em Itanhaém

Famílias guarani perderam os pés de palmito e outras plantações, além das casas que foram destelhadas com o ciclone na aldeia. Nove aldeias foram atingidas na região

Nayara Martins

Publicado em 06/11/2023 às 07:30

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No total 18 casas e a escola também foram destelhadas, na aldeia guarani Rio Branco, em Itanhaém / Nair Bueno/DL

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As famílias indígenas guarani da aldeia Rio Branco, na zona rural de Itanhaém, sofreram enorme prejuízo, devido à tempestade com granizo que aconteceu na quinta-feira, dia 26. Eles perderam 1.700 pés da plantação de palmito juçara. Além dos cultivos de milho guarani, mexerica, batata doce e outras que também foram destruídos. 

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Em Itanhaém quatro aldeias foram atingidas – Nhamandu Owá, Aldeinha, Nhanderekoá e a Rio Branco, onde vivem mais de 200 indígenas.       

No total 18 casas e parte da escola foram destelhadas na Rio Branco. A escola está interditada, por medida de segurança das crianças e dos professores. 

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O único lugar que não foi destruído foi a Casa de Reza, considerado um templo sagrado pelos indígenas, e que está sendo usada como alojamento às famílias. 

A aldeia também ficou sem energia elétrica e comunicação por quatro dias, devido à queda de árvores e postes. A energia já foi religada pela empresa no dia 30 de outubro. 

As lideranças da aldeia Werá Xunú e seu irmão Richard da Silva contam como foi o ciclone que destruiu tudo o que construíram, em mais de 30 anos na terra indígena. 

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“Graças a Deus não perdemos ninguém na aldeia. Nunca vimos nada igual. A única que não foi atingida foi a Casa de Reza, que serviu de alojamento. Conseguimos algumas doações de amigos e entidades mais próximos”, ressalta Werá.

“Vivemos do plantio, da caça e da pesca e, com o tornado, fomos afetados de forma grave para manter as famílias. Foi muito rápido e só deu tempo de salvar as crianças, alguns cachorros morreram. A estrada também ficou em situação crítica, mas conseguimos abrir e não tivemos ajuda de ninguém”, salienta.    

Werá faz ainda um apelo aos governos municipal, estadual e às entidades civis para que ajudem com doações de alimentos, cobertores, roupas de cama, produtos de higiene e colchões.     

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O casal mais idoso da aldeia Ribeiro da Silva e Maria Kretil, também lamenta a destruição de todas as plantações de palmito, laranja, mexerica e batata doce, cultivados há mais de 15 anos. Foram derrubados 1.700 pés de palmito juçara e pupunha, na aldeia.

“Nesses 32 anos que minha família vive na aldeia, essa é a primeira vez que acontece essa tragédia na região. Vamos recomeçar com o plantio da batata doce e outras sementes do milho guarani, para voltar a fornecer às outras aldeias guarani na região”, afirma Ribeiro.    

Na aldeia guarani Rio Branco, vivem 25 famílias e cerca de 80 indígenas, entre adultos e crianças. 

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Funai
O coordenador regional Litoral Sudeste da Funai, Ubiratã Gomes, esteve na aldeia Rio Branco na quarta-feira, dia 1º, para verificar a situação das famílias. Nove aldeias nas cidades de Peruíbe, Itanhaém e Mongaguá foram atingidas, segundo a Funai. 
 
“A Funai enviou técnicos às aldeias atingidas para avaliar a situação. Fizemos contato com a Defesa Civil Estadual e a coordenadoria dos Povos Indígenas, ligada à Secretaria da Justiça do Estado”. 

O órgão, que recebeu 100 cestas básicas de doação do Fundo Social de Solidariedade do Estado, fez a doação de 20 cestas básicas, na quarta-feira (1º), à aldeia Rio Branco. As demais serão distribuídas em outras aldeias.

O indigenista da Funai, Marco Antônio Mitidieri, diz que a Funai acionou os serviços de Gestão Ambiental e territorial para ajudar nas emergências de quedas de árvores e casas. E o social, para organizar as doações e destinar recursos à assistência básica nas aldeias.    

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Na aldeia Rio Branco, o atendimento é emergencial, já que é uma comunidade importante devido ao cultivo das sementes tradicionais guaranis, na segurança alimentar. 

“Eles dependem do plantio das palmeiras, do milho e outras. Vamos desenvolver estratégias para recuperar essa área. E já são referência para as aldeias guarani e destinam variedades tradicionais às demais aldeias”. Além de vender palmito e batata doce ao Banco de Alimentos de Itanhaém.   

As palmeiras do palmito pupunha que tombaram estão sendo comercializadas às fabricas e ao Banco de Alimentos. A Fundação Florestal fez uma vistoria para ver se as do juçara também podem ser vendidas.     

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Doações

As secretarias de Educação e de Assistência Social de Itanhaém enviaram doações, na Funai, de 40 cestas básicas, roupas, calçados, itens de higiene pessoal e material escolar às aldeias. A Educação fez ainda uma campanha de arrecadação nas escolas estaduais.   

Entidades ou pessoas que puderem doar alimentos, colchões ou roupas devem fazer contato com as lideranças indígenas da aldeia Rio Branco, por WhatsApp 13 99800.6672. Ou ainda doações em dinheiro por PIX 48134.6158.

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