Celebração tradicional indígena é aberta a quem deseja conferir a importância e a sabedoria do povo originário / Reprodução
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De sexta a domingo (8), cerca de 800 indígenas, entre eles 350 crianças e 15 idosos, celebram na Aldeia Rio Silveira, em Boracéia – divisa de Bertioga com São Sebastião - O Arapyau (Ano Novo Guarani). A celebração tradicional indígena é aberta a quem deseja conferir a importância e a sabedoria do povo originário.
"É uma forma de renovar a vida. Uma tradição sagrada e milenar. Um novo ciclo do ano, assim como uma nova estação. É quando a natureza, os animais e os humanos se renovam. Os guaranis purificam a mente e renovam as plantações e outras produções. É um momento de consagração", sintetiza o cacique Adolfo Wera Mirim.
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Além de uma atividade cultural completamente diferente, quem for conferir têm a oportunidade de ajudar a comunidade indígena de famílias nativas de etnia Guarani- Mbya e Nhandeva.
A abertura será na sexta-feira de manhã, por volta das 9 horas, quando acontece canto e danças, seguido de pintura corporal; tiro de arco e flecha; exposição de artesanato; trilha e banho de cachoeira e culinária Guarani.
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Sábado haverá roda de conversa; troca de sementes, conhecimento de plantas nativas e agroflorestal. Domingo novamente culinária Guarani e, ao fim, oficina de dança - Xandoro e dança do Tangará, seguido de agradecimentos e encerramento.
É importante destacar que, ao longo do ano, a Aldeia Rio Silveira possui um roteiro agendado e por intermédio de um guia indígena. Os visitantes conhecem a biodiversidade da reserva, a cultura e alimentação típica. A comunidade vive dentro das suas ocas ou casas, feitas com madeira de "palmeira-pati" e algumas de alvenaria.
Os visitantes percorrem uma trilha de dois quilômetros e conhece um dos rios da bacia do Rio Silveira, um dos locais de natureza mais preservados de São Sebastião, que íntegra a exuberante Mata Atlântica.
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Um dos biólogos que acompanha os visitantes oferece um conteúdo riquíssimo em histórias e curiosidades acerca da reserva indígena e seus habitantes.
O local está inserido em um trecho preservado da Mata Atlântica, com formações vegetais riquíssimas, classificadas como Floresta de Restinga e Floresta Ombrófila Densa.
Na volta, é possível experimentar a alimentação indígena, depois ocorre uma apresentação cultural, com música e dança feito pelas crianças e jovens.
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Em seguida, são realizadas pinturas de grafismos e é possível conhecer um pouco sobre a história desse povo. No final do passeio, você pode comprar palmito e artesanato indígena.
Para marcar visita, é preciso agendar com o cacique Adolfo pelo (11) 94231-7570. A taxa de inscrição para o passeio e a alimentação é R$ 200,00 por pessoa. Artesanatos também podem ser comprados de forma online, no Instagram, na @mari.paramirim, fazer um pix para a artesã e receber a encomenda pelos correios.
A aldeia foi demarcada por decreto. Desde 2010, existe um processo de expansão de suas terras, à pedido da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), dos atuais 944 hectares para 8,5 mil.
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Em 2005, a Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano do Estado de São Paulo (CDHU) construiu as casas de alvenaria, porém o abastecimento de água fica restrito ás casas próximas da estrada.
Em 2013, uma parceria firmada por FUNAI, CDHU e Prefeitura de Bertioga chegou a prever um investimento total de nove milhões de reais na construção de moradias com água encanada, luz elétrica e rede de esgoto na aldeia.