Cotidiano

Alckmin vai pedir ajuda à União para crise hídrica

Governador esteve na Região para anunciar investimento na área da saúde, mas não escapou de questões sobre a crise hídrica

Publicado em 30/10/2014 às 10:38

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O governador Geraldo Alckmin (PSDB) vai conversar com a presidente reeleita Dilma Rousseff (PT) para pedir mais recursos financeiros e a desoneração de impostos da Sabesp para enfrentar a crise hídrica que afeta o Estado. “A presidente prometeu que faria isso há quatro anos”, garantiu o chefe do Executivo paulista.

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Segundo o governador, que esteve em Santos na manhã de ontem, é necessário conceder a isenção do Cofins e do PIS para empresas de saneamento básico. Alckmin afirma que a Sabesp paga R$ 680 milhões nestes impostos, mas acredita que essa não será uma dificuldade. “Vamos conversar com ela. O Governo Federal sempre foi nosso grande parceiro”.

Questionado sobre uma possível queda no abastecimento de água da Baixada Santista, assim como já aconteceu no ano passado mesmo sem seca, o governador garante que investimentos foram feitos. “Aqui na Baixada, nós investimos mais de meio bilhão de reais com dois mil litros por segundo em Jurubatuba — um grande investimento na ETA de Guarujá — e no Litoral Sul com o Mambu Branco, que dá 1,6 mil litros por segundo. Este investimento equivale ao abastecimento para dois milhões de pessoas a mais na Região”, garante Alckmin.

O governador reeleito em São Paulo esteve na Região pela primeira vez após as eleições deste ano. Alckmin anunciou um repasse de R$ 4,4 milhões para o início das obras de duas policlínicas na cidade, uma no morro São Bento e outra na Ponta da Praia. A previsão é de que os equipamentos fiquem prontos em até 10 meses.

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Mesmo anunciando investimentos para a área da saúde de Santos, ao lado do prefeito Paulo Alexandre Barbosa, a questão principal que cercava o governador é a crise hídrica que o Estado enfrenta. Além de garantir que a Região terá água para mais dois milhões de pessoas, Alckmin também garantiu que a utilização de uma terceira reserva técnica (volume morto) do Sistema Cantareira não será necessária.

“Nosso problema, no caso de São Paulo, é muito localizado no Cantareira. Neste mês, nós empregamos mais meio metro cúbico por segundo do Rio Grande. Agora, em novembro, nós vamos empregar mais um metro cúbico por segundo do Guarapiranga. Nós estamos tirando o Cantareira. Os outros reservatórios não têm o mesmo problema. E ainda temos uma segunda reserva técnica que é de 12% do sistema, são 120 milhões de metros cúbicos de água. E temos uma terceira reserva técnica que nós já estamos estudando, mas nós achamos que não será necessário utilizar”, explica.

Apesar das chuvas no fim de semana, Cantareira teve nova queda e tem 13% da capacidade (Foto: Divulgação/Sabesp)

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Estado de atenção

“As captações de água da Baixada operam dentro das vazões adequadas, mas diante da crise hídrica que o Estado está enfrentando —a maior no último século — o momento é de atenção. 

Os rios da Região apresentam diminuição de seus volumes com a baixa incidência pluviométrica”, esta foi a informação que a Sabesp passou através de nota à Reportagem do Diário do Litoral. Ou seja, os 26 rios da Baixada Santista que são utilizados para o sistema integrado de abastecimento de água, atendendo aos moradores e turistas desta Região, já estão com o volume caindo por conta da falta de chuva.

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Mesmo em estado de atenção, a companhia de água garante que a Região está segura quanto ao seu abastecimento. “A Sabesp vem conseguindo manter o atendimento às residências com a operação do sistema integrado de abastecimento de água da Baixada, que possibilita a transferência da água tratada de um município para outro, suprindo a demanda do litoral”, explica. 

A Sabesp acrescenta ainda que a natureza beneficia esta Região. “O abastecimento de água no litoral é beneficiado pela disponibilidade hídrica da região, favorecida pela barreira natural formada pela cadeia montanhosa denominada Serra do Mar, que aumenta a incidência de chuvas, e por uma das áreas mais ricas em biodiversidade que é a Mata Atlântica, biosfera que cria um equilíbrio no clima da região, o que contribui para recuperação dos volumes dos mananciais utilizados para o abastecimento público”.

Sistema Cantareira

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Apesar das chuvas que atingiram a Grande São Paulo durante o fim de semana, o Sistema Cantareira registrou nova queda nesta segunda-feira, dia 27, atingindo 13% de sua capacidade. O valor conta com a segunda cota da reserva técnica, que ainda não está sendo utilizada. No domingo, 26, o nível estava em 13,2%.

Na sexta-feira, dia 24, a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) incorporou ao índice total 10,7 pontos percentuais do volume morto. A primeira parte dessa reserva começou a ser utilizada em 16 de maio, quando o nível das represas estava em 8,2%. Na época, foram adicionados 18,5 pontos percentuais ao total, que saltou para 26,7%.

 

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