Cotidiano

Alckmin quer eliminar trem de carga durante o dia

O governador afirmou que vai notificar a Agência Nacional de Transportes Terrestre e MRS Logísitca, para que os trens passem a circular somente no período da noite

Publicado em 19/09/2013 às 15:47

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O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), afirmou nesta quinta-feira, 19, que vai notificar a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) e a MRS Logística para que os trens de carga passem a circular nos trilhos da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) apenas no período da noite. "Vou notificar a ANTT e a MRS para diminuir a zero o trem de carga durante o dia, porque é totalmente inadequada a convivência do trem de carga com o de passageiros", frisou. O anúncio ocorre um dia após um trem de carga da MRS ter descarrilado e batido em uma composição de passageiros próximo à estação Franco da Rocha, da linha 7- Rubi da CPTM, empresa responsável pelo transporte de passageiros na Região Metropolitana de São Paulo.

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Segundo Alckmin, o compartilhamento de trilhos no horário em que os passageiros estão sendo transportados é sempre um risco e, por isso, ele espera que a ANTT e a MRS encontrem uma solução para o problema. "É uma guerra permanente", desabafou.

Alckmin disse que o convênio para o compartilhamento dos trilhos da CPTM com o transporte de carga, que é administrado pelo governo federal, termina em 2016. E garantiu: "Encerrando o convênio, não queremos mais o trem de carga circulando dentro de São Paulo. Estamos sempre alertando o governo federal sobre isso " Na sua avaliação, as autoridades federais precisam criar uma alternativa para essa questão. "Se você for agora na Estação da Luz, está passando um trem de carga. E o acidente de ontem (em Franco da Rocha), graças a Deus não foi mais grave. Imagine se o descarrilamento fosse no começo da composição nossa de passageiros, por isso é preciso tomar as providências para utilizar só o (período) noturno, chamado de deserto, quando não tem o trem de passageiros", emendou.

Segundo o governador, dos 75 trens de carga que passam todos os dias pelos trilhos da CPTM em São Paulo, cerca de 25, ou 1/3 circulam de dia, junto com os trens de passageiros. "O transporte de carga é importantíssimo, precisa ser estimulado, mas não pode mais conviver (com o de passageiros). Transportávamos por dia, há 15 anos, 650 mil passageiros pela CPTM, hoje transportamos 2,8 milhões/dia e vamos chegar rapidamente a 3 milhões passageiros/dia. E é sempre um risco (se continuar o compartilhamento com o trem de carga)."

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 "Vou notificar a ANTT e a MRS para diminuir a zero o trem de carga durante o dia, porque é totalmente inadequada a convivência do trem de carga com o de passageiros", frisou Geraldo Alckmin (Fonte: Edson Lopes)

Convênio

De acordo com informações do governo paulista, o convênio com o governo federal para o compartilhamento dos trilhos foi firmado em 1992, ano de fundação da CPTM. Desde esse período, as vias dos trens metropolitanos são compartilhadas com os trens de carga.

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Os trens cargueiros podem circular na CPTM em duas janelas de menor movimento: das 10h às 15h e das 22h às 3h. A única linha em que esses trens não circulam é a 9-Esmeralda (Osasco-Grajaú).

O governo paulista informou ainda que a CPTM está modernizando o seu sistema e se preparando para reduzir ainda mais os intervalos entre os trens, o que inviabilizará, num futuro muito próximo, o compartilhamento das vias. "Por isso, a implantação do Ferroanel é urgente e inadiável", disse.

Alckmin aproveitou para alfinetar o governo federal, destacando que o projeto do Ferroanel e o do Rodoanel começaram juntos, mas tiveram destinos completamente opostos. "O Rodoanel, que depende do Estado (São Paulo), está pronto, com (os trechos) Oeste e o Sul. O (trecho) Leste vai ficar pronto no primeiro semestre do ano que vem e o Norte já possui seis frentes de trabalho simultâneas. E o Ferroanel nunca começou."

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