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O aprimoramento do sistema de agendamento de caminhões para os terminais do Porto de Santos foi o ponto principal do 1º Fórum Operação Safra, realizado ontem, em Santos.
O evento, considerado a primeira reunião para controle e acompanhamento do Plano de Competências, contou com a participação de representantes da Secretaria de Portos (SEP), Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Ministério dos Transportes, entidades federais, estaduais, administrações municipais, concessionários rodoviários, ferroviários e hidroviários, associações, sindicatos, embarcadores, armadores e terminais portuários.
O diretor-presidente da Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp), Angelino Caputo e Oliveira, destacou a importância do agendamento para a redução dos gargalos rodoviários que existiam na Região. “Ano passado foi de aprendizado. Nós demoramos um tempo até estabilizar o agendamento. O agendamento tem duas partes. Uma é escolher a janela que você quer chegar com seu caminhão e o outro é acertar a janela. A precisão do agendamento foi conseguida ao longo do tempo. Começamos com 20% e no fim de 2014 nós atingimos quase 90% entre expectativa e horário efetivo de chegada do caminhão. Nós temos que aprimorar. Isso vai passando por níveis de maturidade”.
Este ano começa a funcionar, em caráter de teste, o Portolog. O sistema busca sincronizar a chegada dos veículos e das cargas nos terminais, acompanhando o trajeto desde a origem até o Porto de Santos. “É um sistema mais robusto e nacional, não é só para o Porto de Santos. A partir do segundo semestre, nós devemos ter um nível de automação ainda maior, com a automação da leitura dos caminhões ao longo das vias. Vai ser colada uma etiqueta inteligente na carroceria dos caminhões que, ao passar, uma antena lê e sabe onde o caminhão está”.
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Atualmente, o controle dos caminhões é feito pelo Sistema de Reconhecimento Ótico (OCR), onde uma câmera filma a placa e um software consegue ler, identificar e descobrir qual caminhão é aquele. Os sistemas funcionam, no início do período da safra, de forma paralela. Se não houver nenhum problema, o Portolog passará a operar o agendamento, sendo que o antigo servirá como backup.
Representante da Secretaria Especial de Portos (SEP), o secretário de Políticas Portuárias Fábio Lavor Teixeira destacou a importância da Ecovias, concessionária que administra o Sistema Anchieta-Imigrantes, para o melhor funcionamento do agendamento.
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“A ideia é que a Ecovias participe do ordenamento do tráfego, garantindo que os caminhões fiquem estacionados tanto lá em cima quanto no Ecopátio, e que só desçam para a Baixada no momento adequado. Esse é um dos principais fatores de sucesso que tivemos ano passado. Você consegue ordenar o acesso dos caminhões ao Porto de Santos, garantindo assim que uma eventual sobrecarga de caminhões fique retida no planalto. Eles só descem à medida que o terminal tenha capacidade de receber as cargas”, explicou o secretário.
Para Eliezer da Costa Giroux, vice-presidente do Sindicato dos Operadores Portuários do Estado de São Paulo (Sopesp), a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) tem papel fundamental para que o agendamento seja cumprido. “Ela é o órgão competente para fazer essa fiscalização. A ANTT vai ter um papel fundamental para que ela fiscalize o motorista para que ele se agende e cumpra esse horário agendado. Isso é muito importante”.
Fórum discute soluções
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O Fórum Operação Safra também discutiu outros temas relacionados à temporada de grãos. Segundo o superintendente do Ministério da Agricultura em São Paulo, Francisco Sérgio Ferreira Jardim, é necessário conversar sobre ações para diminuir gargalos ainda existentes.
“Essa reunião é justamente para identificar os gargalos e ter ações importantes sobre isso. A questão do agendamento foi uma das ações importantes para a gente possa ter um fluxo que não venha trazer problemas. Algumas empresas já estão trabalhando com contêiner de soja. Estufando contêiner fora da região de Santos. Isso também é um facilitador. Algumas políticas estão sendo montadas”, explicou Jardim.
Luis Claudio Santana Montenegro, diretor de planejamento da Codesp, falou sobre a importância do fórum. “Fizemos um trabalho conjunto de organizar o fluxo que entra e sai do Porto do Santos. Essa organização mostrou um resultado muito importante no ano passado. Nós não tivemos problemas com filas. A ideia é que o fórum seja um marco do início dos trabalhos desse ano. A gente começa essa mobilização muito forte para trabalhar em duas frentes. Uma é a organização, tratando do agendamento e do acesso, e outra com contingências, qualquer coisa que aconteça de forma inesperada, estamos mobilizados para responder rapidamente”.
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Logística pode alterar características do Porto de Santos
A logística para o transporte de grãos pode alterar o tipo de exportações realizadas no Porto de Santos. De acordo com Miguel Mário Bianco Masella, secretário de Política dos transportes do Ministério dos Transportes, a pasta tem investido em novas saídas para escoar a soja oriunda do Centro-Oeste para portos da região Norte.
Para o secretário, isso pode trazer novas movimentações para o Porto. “São Paulo continua sendo o principal porto do País. Na medida em que você tem a produção de soja, que é um produto primário, dirigido para os portos do Norte, vai sobrar mais espaço para produto industrial, que são cargas conteinerizadas de maior valor”.
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No entanto, Masella garante que as medidas adotadas pelo ministério não irão prejudicar o Porto de Santos. “A carga de Santos vai vir para Santos. O que não tem cabimento são as cargas do Amazonas virem para Santos. O que virá para Santos é a área natural de influência do Porto, como Mato Grosso do Sul, Goiás e Triângulo Mineiro”.
Já sobre a questão do agendamento, o secretário acrescentou que, além de diminuir os gargalos rodoviários na Região, a medida reduziu o preço do frete. “Como o caminhão não perde mais tempo na fila, ele pode fazer mais viagens e com isso baixa o frete. Ele caiu de 5% a 10% em relação ao ano anterior”.