Cotidiano

Agências devem buscar remédio anti-Ebola

O apelo foi feito por representantes das agências, em um documento divulgado no encerramento da 16.ª Conferência Internacional de Autoridades Reguladoras de Medicamentos, realizada no Rio

Pedro Henrique Fonseca

Publicado em 30/08/2014 às 12:46

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Em resposta à epidemia de Ebola, a maior registrada na história, agências reguladoras de medicamentos devem concentrar esforços e ampliar a cooperação para acelerar a avaliação de tratamentos potencialmente capazes de combater a doença. O apelo foi feito por representantes das agências, em um documento divulgado no encerramento da 16.ª Conferência Internacional de Autoridades Reguladoras de Medicamentos, realizada no Rio.

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Pela manhã, participantes do encontro observaram que um número restrito de medicamentos foi desenvolvido para o tratamento da doença, como o ZMAPP americano, mas até agora nenhum teve segurança e a eficácia comprovadas. Diante da situação de emergência, uma colaboração entre agências e a Organização Mundial de Saúde (OMS) se faz necessária, para acelerar a avaliação dos tratamentos. O documento chama a atenção também para a necessidade de inovar no formato dos testes clínicos para situações em que não é possível colocar em prática regras tradicionais.

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O diretor da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Dirceu Barbano, afirmou que o País se juntará ao esforço internacional. "Embora o desenvolvimento de novos medicamentos contra o vírus Ebola esteja em curso, é importante que as medidas alternativas de saúde sejam mantidas, tais como a detecção precoce, o rastreamento e o monitoramento de pessoas que tiveram contato com doentes e a adesão a procedimentos rigorosos de controle de infecção, bem como medidas educativas".

Ainda ontem, o Ministério da Saúde coordenou exercício no Rio para simular as medidas de resposta a um possível caso de Ebola. A simulação começou no Aeroporto Internacional Tom Jobim, o Galeão, por volta das 9 horas, e terminou às 11h25 na Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), no Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas, o hospital referência no Rio para uma eventualidade da doença. Os próximos exercícios simulados para receber infectados, ainda sem data definida, serão realizados nos aeroportos de Brasília e Guarulhos.

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África. Ontem, o Senegal foi o sexto país a relatar um caso de Ebola - trata-se de um estudante da Guiné que escapou do controle sanitário. Há casos confirmados em Libéria, Serra Leoa, Nigéria, Congo e Guiné.

A chegada da doença no Senegal, que é um destino turístico e cuja capital é um importante centro de operação de voos comerciais na região, mostra que o surto não está sob controle, apesar dos esforços da OMS, do Médicos sem Fronteiras (MsF) e de outras organizações. Nesta sexta-feira, a Organização Mundial de Saúde disse que a última semana foi o período em que se registrou o maior número de casos - mais de 500 - desde o início do surto. A maioria dos casos aconteceu na Libéria, mas a agência diz que aumentou o número de infectados na Guiné e em Serra Leoa.

"Há sérios problemas com a gestão de casos e prevenção e controle de infecção", diz o documento. "A situação está piorando na Libéria e em Serra Leoa", países que não têm espaço suficiente para pacientes nos centros de tratamento.

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A Libéria ainda informou que vai reabrir hoje um bairro pobre onde 75 mil pessoas foram isoladas para conter o avanço da epidemia. O ministro das Informações, Lewis Brown, afirmou que a suspensão da quarentena não significa que não exista risco de contaminação, só que há dúvidas sobre o método - houve até confronto com o Exército, com um morto. Brown disse que agora espera apoio da população para conter o surto.

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