Cotidiano

Afegãos solicitaram ataque em Kunduz que atingiu hospital, diz general

O general John F. Campbell, chefe das forças americanas e da coalizão contra o Taleban, falou em uma conferência com jornalistas montada às pressas no Pentágono nesta segunda-feira (5)

Publicado em 05/10/2015 às 13:40

Compartilhe:

Compartilhe no WhatsApp Compartilhe no Facebook Compartilhe no Twitter Compartilhe por E-mail

Continua depois da publicidade

 O ataque aéreo que matou 22 pessoas em um hospital gerido pela ONG Médicos Sem Fronteiras (MSF) no norte do Afeganistão havia sido solicitado pelas forças afegãs, afirmou o comandante da missão americana no país.

Faça parte do grupo do Diário no WhatsApp e Telegram.
Mantenha-se bem informado.

O general John F. Campbell, chefe das forças americanas e da coalizão contra o Taleban, falou em uma conferência com jornalistas montada às pressas no Pentágono nesta segunda-feira (5). Ele afirmou estar corrigindo um comunicado inicial.

Continua depois da publicidade

Leia Também

• Após ataque, hospital dos Médicos Sem Fronteiras é fechado no Afeganistão

• Síria: Assad diz que ataques russos devem ter sucesso, ou região será destruída

• Papa Francisco defende casamento, mas pede "aproximação" com divorciados

"Nós tomamos conhecimento agora de que, em 3 de outubro, forças afegãs nos informaram que estavam sob fogo de posições inimigas e pediram apoio de forças dos EUA", disse Campbell, sobre a operação em Kunduz.

"Um ataque aéreo foi então requisitado para eliminar a ameaça Taleban e diversos civis foram acertados acidentalmente. Esta [versão] é diferente dos relatos iniciais que indicavam que forças dos EUA foram ameaçadas e que o ataque aéreo foi solicitado a pedido destes", afirmou o general.

Continua depois da publicidade

A revisão do comunicado não esclarece se o hospital onde a Médicos sem Fronteiras trabalha foi identificado erroneamente como alvo ou se outros erros foram cometidos pelos americanos.

"Se erros foram cometidos, nós vamos admiti-los", disse Campbell.

O general se recusou a fornecer mais detalhes sobre o ocorrido, afirmando que uma investigação militar está em curso.

Continua depois da publicidade

Campbell, cujo centro de operações está alocado em Cabul, se encontrava em Washington nesta segunda-feira para prestar depoimento a duas comissões do Congresso ao longo da semana.
Além dos 22 mortos -12 funcionários e sete pacientes, três dos quais crianças-, o ataque em Kunduz deixou ao menos 37 feridos. De acordo com a MSF, cem pessoas estavam no prédio durante o bombardeio.

Nesta segunda, moradores e policiais de Kunduz afirmaram que a coalizão já havia recuperado boa parte da cidade, que havia caído sob domínio do Taleban na semana anterior.

Soldados estavam conduzindo revistas de porta a porta nas casas e nos prédios para eliminar todos os bolsões de resistência contra Cabul. Algumas lojas reabriram, e residentes afirmaram que, pela primeira vez em oito dias, não ouviram o som de disparos e saíram às ruas para comprar mantimentos.

Continua depois da publicidade

Kunduz é uma capital de província com 300 mil habitantes em uma região estratégica do país. A tomada da cidade pelo Taleban foi considerada uma das maiores conquistas da milícia em mais de uma década.

Respostas

Na noite de sábado, o presidente dos EUA, Barack Obama, disse ter pedido ao Departamento de Defesa que o informe sobre toda a investigação e que só se pronunciaria após o resultado. Ele prestou condolências às famílias das vítimas.

Continua depois da publicidade

O presidente afegão, Ashraf Ghani, manifestou "profunda tristeza" com as mortes.

Já a ONG cobrou respostas para o bombardeio em comunicado.

"A MSF demanda uma explicação total e transparente da coalizão sobre suas atividades em Kunduz na manhã deste sábado", disse a organização.

Continua depois da publicidade

Continua depois da publicidade

Mais lidas

Conteúdos Recomendados

©2024 Diário do Litoral. Todos os Direitos Reservados.

Software