Cotidiano

Aeroporto esquecido e indústrias elevariam o PIB de três cidades do litoral de SP em 20%

A estimativa da Icipar é que, ao final das obras, o Complexo Andaraguá poderia gerar até 58 mil empregos diretos e indiretos

Nilson Regalado e Igor de Paiva

Publicado em 15/09/2024 às 07:00

Compartilhe:

Compartilhe no WhatsApp Compartilhe no Facebook Compartilhe no Twitter Compartilhe por E-mail

O Complexo Aeroportuário e Empresarial do Andaraguá elevaria o PIB de toda a Região Metropolitana da Baixada Santista / Renan Lousada/DL

Continua depois da publicidade

Estudos realizados pela Icipar Empreendimentos e Participações S/A durante o processo de licenciamento ambiental do Complexo Aeroportuário e Empresarial do Andaraguá mostram que o empreendimento elevaria o Produto Interno Bruto (PIB) de toda a Região Metropolitana da Baixada Santista, especialmente de Praia Grande e São Vicente. Mas, os impactos seriam ainda mais relevantes em municípios com atividade econômica mais tímida. Em Mongaguá, Itanhaém e Peruíbe, a Icipar calcula um incremento de 20% na soma de todas as riquezas produzidas a cada ano. 

Faça parte do grupo do Diário no WhatsApp e Telegram.
Mantenha-se bem informado.

Isso por conta da facilidade de deslocamento de trabalhadores dessas cidades até o complexo e dos salários pagos pela indústria, que são mais altos na comparação com outros setores, como o turismo e o comércio. Essa renda incorporada pelos trabalhadores moveria o setor de serviços e a construção civil nessas três cidades, criando um ciclo virtuoso com a abertura de outros postos de trabalho.

Continua depois da publicidade

Leia Também

• Cetesb não dá prazo para revisão da licença ambiental para aeroporto no litoral de SP

• Veja linha do tempo de projeto de aeroporto esquecido em Praia Grande

• Aeroporto ignorado há 18 anos geraria 58 mil empregos no litoral de SP; entenda

A estimativa da Icipar é que, ao final das obras, o Complexo Andaraguá poderia gerar até 58 mil empregos diretos e indiretos. Esses postos de trabalho estariam ligados ao aeroporto, às indústrias que se instalariam nos 847 mil metros quadrados de galpões previstos, e às torres de escritórios e de hotel, também contempladas no projeto. Na área do Andaraguá também seria erguido um centro de compras com 87 lojas.

O empreendimento ocuparia uma área com 12 milhões de metros quadrados às margens da Rodovia Padre Manoel da Nóbrega, na divisa de Praia Grande com São Vicente. E a empesa se dispôs a criar uma fundação que seria responsável pela capacitação de mão de obra. Para custear esses cursos, a Icipar se comprometeu a repassar 5% de tudo que for arrecadado.
“É emprego de qualidade, com salários acima da média. E hoje não existe mais indústria como a gente via há 30, 40 anos atrás em Cubatão, com aquelas chaminés. Hoje, a indústria é limpa. Quando a gente fala de indústria de tecnologia, de transformação, não há dano ambiental”, explica o empresário André Ursini, acionista do Complexo Andaraguá.

Continua depois da publicidade

Integrado ao Porto

“Eu fiz empreendimento imobiliário nos Estados Unidos, peguei o conceito de aeroporto-indústria e trouxe para o Brasil. É um projeto interligado ao Porto de Santos porque estamos a 17 quilômetros de distância e a linha-férrea passa dentro da nossa área. Ele foi concebido para gerar bastante emprego e ter sustentabilidade ambiental”, explica Ursini.

“Quando fizemos a pesquisa, identificamos quais as empresas que utilizam o Porto. E alguns segmentos se destacaram, como a indústria têxtil”, revela o empresário. 

“Todos os grandes magazines compram roupas fabricadas em outros países, no Vietnã, no Peru. Essas peças vêm para o Porto em contêineres e acabam subindo a Serra do Mar, vão para a Grande São Paulo para fazer o acabamento. Entra botão, etiqueta. E, muitas vezes, essas roupas voltam para o Porto para serem exportadas ou levadas para outros lugares do Brasil. Então, esse serviço poderia ser feito no Andaraguá, com economia no transporte”, completa Ursini.

Continua depois da publicidade

58 mil empregos

O problema é que a Cetesb sentou em cima do projeto, que teria a capacidade de mudar o perfil socioeconômico da Região Metropolitana.

Em 2020, a agência ambiental ligada ao Governo do Estado voltou atrás e suspendeu a licença ambiental do Andaraguá. E inviabilizou um investimento de R$ 1,5 bilhão previsto no projeto.

E o licenciamento segue travado desde então, mesmo com acórdão exarado pela 1ª Câmara Reservada ao Meio Ambiente do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) em outubro de 2021 e favorável ao empreendimento.

Continua depois da publicidade

O projeto prevê a construção de uma pista de pouso com o dobro do tamanho da que está disponível no Aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro. E também contempla galpões industriais com características semelhantes à das Zonas de Processamento de Exportação (ZPEs). 

18 anos de espera

Desde a concepção do projeto, lá se vão 18 anos perdidos nos descaminhos da burocracia estatal.

Dos 12 milhões de metros quadrados pertencentes à Icipar na área do empreendimento, só 19% seriam efetivamente ocupados pelo aeroporto, pelas indústrias, pelo centro de compras, pelo hotel e pela torre de escritórios previstos no Complexo Andaraguá.

Continua depois da publicidade

Os outros 81% do terreno seriam preservados para sempre com a criação de uma Reserva Particular do Patrimônio Natural. Gravada na escritura do imóvel, a RPPN jamais poderia ser destinada a outro fim, que não seja a preservação e a educação ambiental.

Continua depois da publicidade

Mais lidas

Conteúdos Recomendados

©2024 Diário do Litoral. Todos os Direitos Reservados.

Software