Cotidiano

Acidente nos Alpes não é o primeiro com causa proposital, diz órgão de segurança

A lista foi divulgada após a confirmação de que o copiloto do avião, Andreas Lubitz, um jovem alemão de 28 anos, foi o responsável pela tragédia nos Alpes franceses

Pedro Henrique Fonseca

Publicado em 26/03/2015 às 16:27

Compartilhe:

Compartilhe no WhatsApp Compartilhe no Facebook Compartilhe no Twitter Compartilhe por E-mail

Continua depois da publicidade

A Fundação Internacional de Segurança do Voo (FSF, na sigla em inglês) divulgou hoje (26), por meio da Rede de Segurança da Aviação, uma lista com 13 casos em que pilotos ou copilotos provocaram (ou suspeita-se que tenham provocado) desastres aéreos intencionalmente. A lista foi divulgada após a confirmação de que o copiloto do avião da companhia alemã Germanwings, Andreas Lubitz, um jovem alemão de 28 anos, foi o responsável pela tragédia nos Alpes franceses.

Faça parte do grupo do Diário no WhatsApp e Telegram.
Mantenha-se bem informado.

O acidente mais grave registrado pela Rede de Segurança da Aviação ocorreu no dia 31 de outubro de 1999, quando um Boeing da Egypt Air, que decolou de Nova York, com destino ao Cairo mergulhou no oceano a 100 quilômetros ao sul de Nantucket, estado de Massachusetts, nos Estados Unidos. Morreram no acidente 217 pessoas.

Investigações do Conselho Nacional de Segurança em Transporte (NTSB, na sigla em inglês), concluíram que o acidente foi provocado pelo copiloto substituto, Gameel Al Batouti, por “razão indeterminada”. Gravações do interior da cabine mostraram que, segundos depois que o capitão deixou o cockpit para usar o lavatório, Batouti desligou o piloto automático enquanto repetia “Tawkalt ala Allah”, frase em árabe que significa “Eu confio em Deus”.

Em 19 de dezembro de 1997, um Boeing da SilkAir, em rota de Jacarta, na Indonésia, para Singapura, mergulhou no Rio Musi, no Sul da Sumatra, levando 104 pessoas à morte. Investigações da NTSB concluíram que o capitão, que tinha um histórico de problemas no trabalho, conduziu o avião à queda no momento em que o copiloto deixou a cabine.

Continua depois da publicidade

Leia também:
Vítimas de acidente aéreo tiveram morte instantânea, diz procurador

No caso da Germanwings, o procurador francês Brice Robin afirmou hoje (26) que o copiloto estava sozinho no comando do avião no momento da queda e se recusou a abrir a porta da cabine para o piloto, que tinha deixado o cockpit para ir ao lavatório. Na gravação extraída de uma das caixas-pretas do avião, é possível ouvir o piloto gritando do exterior da cabine, pedindo para entrar, além de chamadas do controle de tráfego aéreo, que não foram respondidas.

Continua depois da publicidade

De acordo com o procurador, a respiração de Andreas Lubitz também é audível nas gravações, o que prova que ele não perdeu a consciência durante a queda. Momentos antes da colisão, gritos de passageiros foram registrados.

Investigadores conduziram, nesta tarde, uma busca na casa de Lubitz, na cidade alemã de Montabaur, para levantar pistas que indiquem a motivação do copiloto em provocar a tragédia. Segundo informações da página de Lubitz no Facebook, que foi deletada, ele parecia ter uma vida normal, com interesses semelhantes aos de qualquer outro jovem de sua idade.

Mais lidas

Conteúdos Recomendados

©2024 Diário do Litoral. Todos os Direitos Reservados.

Software