Cotidiano

Acesso à internet no Brasil cresce em ritmo mais lento do que na década anterior

Ao todo, 85,6 milhões de pessoas com 10 anos ou mais de idade utilizaram a rede em 2013, 7,2 milhões delas exclusivamente por celulares, tablets e outras ferramentas

Publicado em 29/04/2015 às 13:00

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O acesso à internet continuou a crescer em 2013, mas em ritmo menor do que o registrado na década passada. Além disso, o alcance dessa tecnologia só avançou devido ao uso de outros equipamentos, já que o acesso por microcomputadores evoluiu de forma mais tímida. Ao todo, 85,6 milhões de pessoas com 10 anos ou mais de idade utilizaram a rede em 2013, 7,2 milhões delas exclusivamente por celulares, tablets e outras ferramentas, segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) referentes a 2013 e divulgados nesta quarta-feira, 29, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

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O levantamento especial sobre Acesso à Internet e à Televisão e Posse de Telefone Móvel Celular para Uso Pessoal investigou pela primeira vez o uso destes outros equipamentos além do computador. Sem eles, o uso da internet teria encolhido em termos relativos. Em 2011, 46,5% da população acessou a internet por meio de microcomputadores, o equivalente a 77,7 milhões de brasileiros. Já em 2013, essa fatia ficou em 45,3%, a despeito do aumento absoluto de aproximadamente 600 mil usuários.

"Pode ser que, no futuro, o computador seja menos utilizado e as pessoas passem a usar só a internet por meio do celular", explicou Maria Lucia Vieira, gerente da Pnad. Com soma dos 7,2 milhões que acessaram a internet apenas por outros equipamentos (4,1%), a inclusão digital atingiu 49,4% da população brasileira acima dos 10 anos.

O acesso à internet continuou a crescer em 2013, mas em ritmo menor do que o registrado na década passada (Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil)

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A especialista ponderou, contudo, que as respostas podem ter sido afetadas pela mudança no questionário para a inclusão das perguntas sobre os outros equipamentos. Além disso, ela ressaltou que os dados da pesquisa não permitem concluir se essa dinâmica vai se intensificar nos próximos anos. "Numericamente, é uma redução (na proporção do uso da internet por computador). Estatisticamente, não sei (se configura uma tendência)", afirmou.

Independentemente da comparação, a Pnad mostra que a inclusão digital no Brasil deixou de crescer intensamente como se observou na década passada. Em 2005, 20,9% dos brasileiros com 10 anos de idade ou mais acessaram a internet por meio de microcomputador, fatia que saltou para 34,8% em 2008 e para os 46,5% de 2011. Desde então, mesmo num período menor (de dois anos), a inclusão digital avançou pouco até 2013.

"Ainda tem muito que melhorar, desenvolver. Temos de observar isso regionalmente para ver quais fatores interferem. Sabemos que a renda afeta. Pelo celular, muita gente acessa, mas tablets e computadores são bens mais caros", comentou Maria Lucia.

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O fato de a inclusão digital já ter tido grande expansão nos últimos anos, porém, já se configura como uma limitação para maiores avanços. "Quando eu saio de uma base baixa, é natural que vá aumentando. Agora, espera-se que vá ter aumentos, mas nunca mais serão de 14 pontos porcentuais de um ano para o outro", disse a gerente da Pnad.

A pesquisa do IBGE não apura os motivos por que o crescimento do acesso à internet desacelerou em 2013. "Cabem a elas (operadoras) descobrir por que essas pessoas não acessam para vender o serviço. Ou (ao governo desenvolver) políticas públicas que estimulem a inclusão digital", afirmou Maria Lucia.

Em termos internacionais, pesquisadores do IBGE admitem que o retrato da Pnad 2013 mostra o Brasil atrás de países vizinhos das Américas e também da Europa. "As pesquisas não são totalmente comparáveis, mas a UIT (União Internacional de Telecomunicações) mostra que o Brasil está atrás em relação ao porcentual (de acesso à internet) da média da Europa, que atinge mais de 70% dos domicílios, e também atrás da média de países da América. Estamos à frente apenas de países do Oriente Médio e da África. Então, há capacidade, sim, de expansão", comentou a técnica Jully Ponte, do IBGE.

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