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O município de Pirapora, em Minas Gerais, passa por uma situação singular - pode ter o abastecimento de água prejudicado para que o lago da hidrelétrica de Três Marias não seque antes das chuvas do próximo verão. A usina é da Cemig, mas quem coordena o volume de água na barragem é o Operador Nacional do Sistema (ONS), órgão responsável pela gestão do sistema elétrico nacional.
"Nossa situação não faz o menor sentido", diz Esmeraldo Ferreira Santos, diretor-presidente do Sistema de Abastecimento de Água e Esgoto de Pirapora. "A prioridade do uso da água é o abastecimento humano." O município precisa construir a toque de caixa um novo sistema de captação de água. O atual, que se abastece no Rio São Francisco, há cerca de 50 anos, só funciona quando o volume de água do Velho Chico corre acima de 250 metros cúbicos por segundo (m³/s).
Esse volume pode ser regulado pelas comportas da hidrelétrica de Três Marias, a 120 quilômetros rio acima da cidade. Por determinação do ONS, esse volume deve cair para 150 m³/s a partir de 1.º de junho, mas o município diz não ter como cumprir o prazo. O ONS, por sua vez, declarou à prefeitura que precisa tomar a providência para preservar o lago da hidrelétrica.
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Sem água
Barragens de hidrelétricas são como caixas de água. Numa ponta entra a água de um rio. Na outra, a água desce pelas turbinas, gerando energia, retornando ao rio. O nível do lago varia de acordo com volume que entra e o volume que sai.
Segundo simulações apresentadas pelo ONS à prefeitura de Pirapora, sem a redução, no fim do mês de setembro (mais precisamente dia 25), o lago de Três Marias estará completamente seco. Se o volume for reduzido, o lago terá de 5,5% a 6 % de água em novembro, quando começam as chuvas de verão.
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Segundo especialistas ouvidos pelo jornal O Estado de S. Paulo, que não querem ser citados, a barragem de Três Marias vive uma situação complicada. A quantidade de água do São Francisco que entra é hoje menor do que a quantidade que sai na outra ponta.
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