Cotidiano
Prefeito Rogério Santos também foi duramente criticado nas redes e 'respondeu' com um post de limpeza na orla da praia
Na Avenida Pinheiro Machado o trânsito também estava caótico / Pedro Henrique Fonseca/DL
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A situação era de filme, ou até pior. Durante e, principalmente, após a tempestade desta terça-feira (18), em Santos, centenas de motoristas ficaram abandonados à própria sorte em diversos pontos da cidade. Nas ruas, poucos ou nenhum agente da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET-Santos) para orientar ou prestar auxílio.
A chuva começou por volta das 19h30 e rapidamente inundou o município (assim como as outras cidades da Região). E não demorou para os primeiros comentários, principalmente contra o prefeito Rogério Santos (Republicanos), e críticas à CET surgirem nas redes sociais:
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"Cadê o prefeito nessa hora para ver a situação do pessoal?".
"Fizeram mil obras na cidade, pra ela ficar pior do que estava. Parabéns, Rogério Santos".
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"Em algum momento da história da cidade, tivemos um prefeito biônico, e há dois mandatos temos um ventríloquo de um fantoche chamado prefeito! E assim caminha a humanidade no show da hipocrisia! Logo tem festinha pra alegrar os vassalos e tudo normal, o povo merece o que escolheu".
"Durante o dia, a @cet_santos multa todos e os guinchos ficam estrategicamente posicionados pra levar os carros das pessoas. Na hora que a população precisa da CET, não tem ninguém nas ruas pra ajudar. Uma vergonha!"
"Falta inteligência nas obras públicas. Quebraram o C1 inteiro e não substituíram as antiquíssimas redes de esgoto, de drenagem e nem enterraram a fiação".
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A Reportagem do Diário esteve nas ruas durante e após as chuva. Na entrada de Santos, quatro horas parados até conseguirmos passar pelo viaduto Paulo Gomes Barbosa. Por lá, nenhum agente da CET.
Pessoas com medo do volume da água e de possíveis assaltos tiveram que esperar a água baixar para seguir viagem.
No Boqueirão, em frente ao cruzamento da praia com a Avenida Conselheiro Nébias, a CET foi absolutamente omissa. Mas, é importante citar que também que várias viaturas da Guarda Municipal de Santos estavam protegidas sob marquises no calçadão da praia, enquanto o cidadão sofria no caos do trânsito na volta do trabalho ou da faculdade.
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O Diário registrou tudo isso em vídeo.
O cruzamento ficou trancado por muito tempo, formando um congestionamento longo na via. O entroncamento aconteceu porque o trânsito parou na praia e os motoristas estacionaram no meio do cruzamento, impedindo o fluxo para quem estava na Conselheiro.
E tudo sem qualquer agente da CET e debaixo dos olhos de várias viaturas da GCM, que preferiram se proteger da chuva sob a marquise, no calçadão da praia do Boqueirão.
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Na Avenida Pinheiro Machado o trânsito também estava caótico. Motoristas e motociclistas se aglomeravam em praças e vários deles subiram na ciclovia procurando lugares mais altos para fugi do alagamento. A imagem que ilustra a reportagem mostra isso.
Os estacionamentos de farmácias e padarias salvaram diversos veículos. Mais uma vez, nenhum agente da CET ou viatura da Guarda Municipal.
A situação, assim como o alagamento da avenida, seguiu até por volta de 0h.
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Após o temporal da noite de terça-feira (18), os moradores da Zona Noroeste de Santos não esperaram a Prefeitura de Santos agir e já iniciaram a limpeza das ruas por conta própria nesta quarta-feira (19).
Há munícipes trabalhando na limpeza das vias por toda parte, enquanto outros ainda contabilizam os prejuízos e estragos deixados pela tempestade.
A Reportagem percorreu os bairros Areia Branca, Bom Retiro e Jardim Castelo e encontrou ruas cobertas de lama, árvores caídas e poucos trabalhadores da Prefeitura de Santos.
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Uma árvore na Rua Carlos Caldeira caiu durante a chuva. Moradores afirmam que há anos vêm reclamando sobre ela para a Prefeitura de Santos, mas nada foi feito até que ela caísse.
Cláudio Assunção, morador da região, afirma que a enchente derrubou a árvore na madrugada, por volta da 1h, e que, por sorte, não atingiu ninguém.
Ele explica que a culpa do incidente é da Administração Municipal, visto que os moradores já haviam feito um protocolo sobre a situação da árvore.
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Outras áreas de Santos também foram severamente afetadas pelas chuvas, sendo necessário que os moradores se locomovessem de caiaque.
Nas redes sociais, Rogério publicou uma foto da orla de Santos, enquanto, na Zona Noroeste, a população limpa as ruas e recolhe o lixo deixado pela tempestade.
No comunicado, o chefe da Administração Municipal culpou somente a tempestade pelo caos na Baixada Santista e fez questão de salientar que foi ofendido nas redes sociais.
"Contudo, pessoas tiveram suas casas invadidas por água, alguns usaram as redes sociais para ofensas e muitos não conseguiram retornar de seus trabalhos".
Por fim, disse que o que "mais tranquiliza o coração é saber que não tivemos vítimas e que não aconteceram deslizamentos".
Segundo Rogério, equipes da Prefeitura estão na rua desde a madrugada e seguem na limpeza para que o transtorno seja minimizado.
O espaço segue aberto para qualquer outra manifestação por parte da Prefeitura de Santos.
Segundo informado pela prefeitura, desde a noite de terça-feira (18), equipes da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET-Santos) estão nas ruas para atendimento das ocorrências em consequência do temporal que atingiu a Cidade. Durante a noite e madrugada, todo efetivo operacional do período - 30 agentes de trânsito, além de funcionários no Centro de Controle Operacional (CCO) - foi mobilizado, para atuar em pontos mais criticos, utilizando 13 viaturas e 13 motos.
O trabalho continuou na manhã desta quarta-feira (19), ainda pelos efeitos das chuvas, também com 30 agentes, além do CCO. Também toda equipe semafórica segue em campo para providenciar reativação de semáforos afetados pela tempestade.
Ainda segundo a Administração Municipal, equipes da Defesa Civil estão em campo desde a noite de terça (18). Na madrugada desta quarta-feira (19), foram feitas cinco vistorias em áreas com deslizamentos, sem gravidade, nos morros do Marapé, São Bento e Vila Progresso. Também foi registrada uma queda de árvore na Rua Lucas Rodrigues Junot, no bairro São Manoel, e queda de um poste na Rua Constituição, no Centro Histórico.
Até o momento, não houve registro de ocorrências graves nos morros. Nenhum imóvel precisou ser interditado e não há desabrigados. Uma munícipe cadeirante, que reside na Zona Noroeste, e teve seu imóvel inundado e foi acolhida com seu filho do Seabrigo (Macuco). O Samu não foi acionado para atendimentos relacionados à chuva e/ou raios.
Equipes de zeladoria da Prefeitura de Santos, formadas por mais de 380 profissionais, seguem atuando nos trabalhos de rescaldo das chuvas por toda Cidade. As ações consistem em serviços de drenagem, limpeza urbana e remoção de galhos ao longo desta quarta-feira (19). A operação conta com o apoio de mais de 30 veículos entre caminhões basculantes, de carroceria, caminhões-pipa, pás carregadeiras e retroescavadeiras.
Segundo a prefeitura, trechos da Zona Noroeste alagam porque a maior parte desta região se encontra abaixo do nível das marés mais altas. Para resolver essas questões, a Prefeitura está executando um conjunto de ações por meio do Programa Santos Novos Tempos e do Programa Nova Entrada de Santos, que já garantiu a substituição das tubulações por estruturas maiores, desobstrução e limpeza regular do sistema, solucionando parte dos problemas causados por enchentes nesta área.
Porém, o fim dos históricos alagamentos em trechos do entorno da Entrada da Cidade ainda depende de investimentos por parte do Estado (estação de bombeamento na área do Assai) e da União (pontilhão em área federal - aduelas de grande porte sob as linhas férreas da MRS Logística S/A).