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O Ministério da Saúde quer aumentar a adesão das famílias brasileiras à doação de órgãos no país. Para tanto, o ministro da Saúde, Arthur Chioro, lançou nesta quarta-feira (24), em Brasília, nova campanha publicitária de estímulo à doação, com foco na sensibilização das famílias sobre a importância da autorização para a retirada de órgãos, após a confirmação de óbito por uma equipe médica. Atualmente, 56% das famílias entrevistadas em situações de morte encefálica aceitam e autorizam a retirada de órgãos para a doação. Para o ministério, esse percentual pode ser ainda maior, permitindo a realização de mais transplantes.
O Brasil é o país latino-americano com maior percentual de aceitação familiar, ficando acima da Argentina (52,8%), Uruguai (52,6%) e Chile (51,1%). Os dados inéditos do Ministério da Saúde apontam para a importância da aceitação familiar na hora da doação. Em 2013, das 7.767 entrevistas realizadas com potenciais doadores 4.318 resultaram em uma resposta positiva da família. Por região, o percentual de aceitação das famílias foi de 68,7% no Norte, 55,9% no Centro-Oeste, 58,2% no Sul, 54,3% no Sudeste e 52,2% no Nordeste.
Com o slogan ‘’Seja doador de órgãos e avise sua família. Sua família é a sua voz”, a campanha é destinada, especialmente, aos familiares de pessoas que manifestaram em vida a vontade de ser um doador de órgãos. A iniciativa pode ampliar ainda mais a realização de cirurgias que salvam vidas e diminuem a permanência do paciente na lista de espera.
“Nós podemos dobrar o número de doadores se ampliarmos a adesão das famílias. Já chegamos a um patamar importante, mas é preciso avançar. Nós temos capacidade de diminuir ainda mais a lista de espera por transplantes, temos serviços estruturados em todo Brasil, com capacidade de fazer as cirurgias e de oferecer medicamentos. Temos serviços prontos e com qualidade, no entanto, precisamos aumentar a doação de órgãos. Por isso, dependemos da elevação da taxa de doações e do sim das famílias, em uma ação de solidariedade”, reforçou o ministro da Saúde, Arthur Chioro, durante a solenidade de lançamento da nova campanha.
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Levantamento do Ministério da Saúde demonstra que o Brasil reduziu a quantidade de pessoas que aguardam por um transplante de órgão, nos últimos cinco anos. De acordo com dados do primeiro semestre de 2014, 37.736 pessoas estão na lista de espera, contra 64.774 em 2008 – o que representa uma queda de 41,7%. Essa redução está associada ao aumento de doadores efetivos no país, que subiu de 1.350, em 2008, para 2.562, em 2013, representando crescimento de 89,7%.
No mesmo período, também houve crescimento do indicador de doador por milhão de habitante, passando de 5,8 para 13,4, representando incremento de 131%. “Tivemos um crescimento de 90% nos últimos cinco anos no número de doadores absolutos e com isso conseguimos reduzir muito a lista de espera. Em 2014, a expectativa é que o Brasil praticamente atinja a meta de 14 doadores por um milhão de habitantes – o colocará o país no mesmo patamar de outras nações que são referência na doação de órgãos”, ressaltou o coordenador do Sistema Nacional de Transplantes (SNT), Heder Murari.
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No primeiro semestre de 2014, o país já realizou 11,4 mil transplantes. Desse total, foram 6,6 mil cirurgias de córnea, 3,7 mil de órgãos sólidos (coração, fígado, rim, pâncreas, rim/pâncreas e pulmão) e 965 de medula óssea. Em 2013, o Brasil fechou o ano com 23.457 realizados, 11,5% a mais do que em 2010 (21.040).
O lançamento da campanha de estímulo à doação de órgãos e o balanço de transplantes foram divulgados nesta quarta-feira (24), no Memorial JK, em Brasília, durante solenidade que antecede o Dia Nacional de Doação de Órgãos, comemorado em 27 de setembro.
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