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A internação prolongada, muitas vezes por períodos acima do necessário, criou um problema de falta de vagas nos hospitais de custódia. "Hoje temos 500 pessoas presas em penitenciárias aguardando vaga nos hospitais", diz Paulo Eduardo de Almeida Sorci, juiz-corregedor dessas instituições.
Se o tratamento nos hospitais já é inadequado, nas prisões, ele é inexistente. O pintor A., de 37 anos, passou dois anos e três meses em Centros de Detenção Provisória (CDPs), antes de ser encaminhado ao Hospital 1 de Franco da Rocha. Preso por roubo, ele foi considerado inimputável porque assaltava sob o efeito de drogas e para alimentar a dependência química. "No CDP, ficavam 46 presos em uma cela que cabiam oito. A droga rolava solta, como podia me tratar?"
Sorci afirma que, para minimizar o problema, foi criada, há dois meses, uma ala para esses pacientes na Penitenciária 3 de Franco da Rocha. "Lá eles têm atendimento médico especializado. Todos os doentes mentais que estão em presídios estão sendo transferidos para lá", diz o juiz. Para os fiscais do Cremesp, essa não é a alternativa mais adequada. Sorci afirma que nomeou 12 peritos extras para que as avaliações dos pacientes sejam agilizadas.
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