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O comércio e o setor de serviços têm expectativas moderadamente otimistas para este fim de ano. Pesquisa do SPC Brasil com 731 companhias em 27 capitais, a maioria pequenas e microempresas, mostra que 37% delas planejam contratar. Ao todo serão admitidos 233 mil trabalhadores temporários, dos quais 14% podem se tornar funcionários efetivos.
O gerente financeiro do SPC Brasil, Flávio Borges, explica que a pesquisa foi realizada pela primeira vez. Por isso, não há parâmetros para fazer comparações. De toda forma, os números indicam que tanto os varejistas como os prestadores de serviços estão otimistas quanto à expectativa de vendas, porém cautelosos nas contratações.
Segundo a enquete feita em agosto, 52% dos entrevistados não contrataram e não pretendem contratar funcionários e 11% já contrataram e não pretendem contratar. Restam 37% que planejam fazer admissões e mais da metade (54%) destes querem admitir o mesmo número de trabalhadores temporários de 2012.
Já em relação às perspectivas de vendas, o quadro é mais positivo: 83% dos entrevistados esperam vendas iguais ou maiores do que as de 2012 e apenas 12% piores. "Existe uma diferença entre as expectativas dos varejistas, que estão mais otimistas, e dos analistas econômicos, mais pessimistas", observa. Borges atribui o otimismo dos empresários a fatos novos que têm surgido no cenário econômico recentemente, como a maior oferta de crédito por causa de programas específicos, como o Minha Casa Melhor para compra de eletrodomésticos e móveis, por exemplo. Além disso, apesar do elevado nível de endividamento, a inadimplência do consumidor vem recuando lentamente.
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"Os analistas são mais pessimistas porque avaliam o todo", diz o gerente do SPC Brasil. Prova disso que as próprias projeções do SPC Brasil sobre o crescimento de vendas para este ano foram reduzidas. Em janeiro, a expectativa era que o varejo crescesse 6% este ano em relação a 2012. Agora essa projeção está em 4%.
Informalidade
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Um dado da enquete que chama atenção é o elevado nível de informalidade: 43% dos empresários do comércio e dos serviços informaram que não vão registrar os temporários. "O porcentual é altíssimo", diz Borges.
Quando se avalia apenas as empresas do comércio, essa fatia cai para 33% e cresce para 70% no caso das prestadoras de serviços. A explicação para essa discrepância, segundo a pesquisa do SPC Brasil, é que as empresas do comércio estão mais expostas à fiscalização, enquanto as prestadoras de serviços são "mais invisíveis". Borges, no entanto, observa que os elevados encargos trabalhistas incidentes sobre as empresas levam essas companhias a aumentar o grau de informalidade dos trabalhadores.
Mesmo com expectativas moderadas de contratação, os varejistas e prestadores de serviços têm dificuldade de obter mão de obra temporária. "Não está fácil para quem quer contratar", diz Borges. Os empresários querem trabalhadores qualificados e dispostos a receber baixa remuneração. Já os trabalhadores querem salários maiores, mas nem sempre são qualificados.
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Esse descompasso entre oferta e procura de trabalho faz com que alguns cargos sejam de difícil recrutamento para este final de ano. Entre as funções mais demandadas, a pesquisa aponta a de vendedor, caixa, estoquista e motorista.
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