De que adianta uma estação nova se entorno não ajuda? / Renan Lousada/DL
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Na última terça-feira (18), após anunciar os investimentos da Sabesp na Baixada Santista, o governador Tarcisio de Freitas (Republicanos) entregou a reforma da Estação Praça da República. No entanto, entre Complexo Parque Valongo e a estação, o governador não percebeu a Passarela da Agonia, um equipamento fundamental para a estação mas desde sua concepção está longe de atender, com respeito e dignidade, os cerca de 20 mil usuários/dia que fazem a travessia.
De que adianta uma estação nova se entorno não ajuda? Não ajuda crianças e idosos que sofrem a cada subida e descida de escadas inseguras, não ajuda ciclistas que carregam as bicicletas nas costas por que as canaletas são impróprias. Não ajuda pessoas com mobilidade reduzida porque os elevadores são pequenos e sem ventilação, protagonizando brigas diárias para ocupá-los.
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Apesar de estar em ritmo de festa, o governador – que cansou de proferir as palavras investimento e parceria em seu discurso – ficaria surpreso ao saber que a Passarela da Agonia foi viabilizada por meio de uma parceria entre Prefeitura de Santos, a Autoridade Portuária de Santos (APS) e a companhia ferroviária e de logística Rumo. E custou de R$ 20 milhões.
Em 2023, a pedido da APS, o Conselho de Defesa do Patrimônio Cultural de Santos (Condepasa) aprovou a construção de uma rampa específica para o acesso de bicicletas, mas até agora nada e as deficiências operacionais do equipamento continuam, apesar de muita propaganda institucional e prestígio de autoridades municipais, estaduais e federais durante sua inauguração.
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No retorno à Redação, nossa equipe utilizou o velho elevador com o ex-prefeito de Santos, João Paulo Tavares Papa. Ele percebeu o calor, a falta de espaço e a fragilidade das cabines. Um usuário estava com sua bicicleta dentro, pois sua condição física não permitia usar as canaletas de ciclistas.
Papa não conseguia entender como um município considerado a Capital da Baixada e Porto de Santos - o maior complexo portuário do hemisfério sul, o maior porto da América Latina e um dos mais importantes do Mundo – conseguiram fazer um equipamento tão inoperante para o trabalhador (a).
“Entre um elevador e outro deveria ter uma cobertura para proteger as pessoas do sol e da chuva. Também deveria ter esteiras rolantes, além de elevadores, e ainda ser mais amplo e equipado”, disse Papa, que é engenheiro por formação. Quem sabe, da próxima vez, o governador não aproveita para experimentar a Passarela da Agonia junto com o Papa. Seria uma experiência fantástica, não?
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