A reunião foi quase secreta. Não foi porque foi publicada no site da Casa, mas sem detalhe algum do que foi falado. / Divulgação
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Denunciado no Ministério Público do Estado de São Paulo (MP-SP) por racionamento de comida nos abrigos para a população em situação de rua, o secretário de Desenvolvimento Social, Elias Júnior, esteve na última quarta-feira (26), às 16 horas, em reunião a portas fechadas com os vereadores, na Câmara de Santos. A reunião foi quase secreta. Não secreta foi porque foi publicada no site da Casa, mas sem detalhe algum do que foi falado.
Segundo informações extraoficiais obtidas por esta coluna, o encontro foi uma alternativa pouco republicana, mas muito utilizada da bancada de situação, de minimizar as cobranças que devem acontecer no próximo dia 2, na audiência pública, cujas regras de participação popular depende do vereador Sérgio Santana (PL), que irá conduzir o encontro.
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Ainda segundo revelado, há uma estratégia de governo para que, na audiência pública, parlamentares – quer de situação, quer de oposição (que também estavam na reunião fechada), não coloquem Elias Júnior em uma na ‘saia justa’, diante da população, expondo o governo.
Elias teria que explicar, por exemplo, porque tantos funcionários de sua pasta estão sendo submetidos a tratamento psicológico por conta pressão interna que acontecia antes e aumentaram muito após as denúncias veiculadas pelo Diário em três reportagens exclusivas.
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Para fazer reunião a portas fechadas, não precisaria promover uma votação para decidir se Elias Júnior seria convocado ou ‘convidado’ a prestar esclarecimentos abertamente em plenário. Nem depois passar para a Imprensa que a convocação/convite não seria necessária porque ele estaria na audiência, não é mesmo?
Parece que a reunião quase secreta serviu para tecer estratégias na condução da audiência e colocar ‘panos quentes’. O vereador Sérgio Santana já publicou em suas redes que o encontro do dia 2 será para discutir com o secretário o que fazer com a população em situação de rua. Não faz referência alguma aos problemas apontados pelos funcionários na condução da Secretaria de Desenvolvimento Social (Seds).
No próximo dia 2, certamente, participarão todos os cidadãos e cidadãs santista inconformados com a situação que crianças, jovens, idosos, famílias e população em situação de rua que estão sendo submetidas: a uma quantidade mínima de alimentos que não é a recomendada pela Seção de Nutrição da própria Secretaria. Terão respostas para isso e para outras questões?
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Baseando-se em audiências públicas santistas e usando frases populares, pelo andar da carruagem, a pizza já está no forno e a crise administrativa, envolvendo funcionários da Seds e todos os assistidos por ela, irá para debaixo do tapete e poderá ser resolvida mesmo na Justiça, por intermédio do MP-SP.