O Escolástica Rosa está à beira da ruína / Diário do Litoral
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Parece que o projeto do presidente do Núcleo de Pesquisa e Estudo em Chondrichthyes (Nupec), Manoel Gonzalez, de restauração do Instituto Dona Escolástica Rosa, começou a ‘naufragar”. A deputada federal Rosana Valle (PL) se reuniu recentemente com secretário de Segurança Pública do Estado de São Paulo, Guilherme Derrite, e deu a seguinte ideia: transformar o prédio em uma escola de formação militar.
Em sua bagagem, a parlamentar levou até o provedor da Santa Casa de Santos, Ariovaldo Feliciano, para conversar com o secretário que quase perdeu o cargo por conta de falhas nas operações Escudo e Verão na Baixada Santista, além do aumento de número de mortes no Estado, muitas delas injustificáveis como a que tirou a vida do menino Ryan da Silva Andrade Santos, de quatro anos, em Santos. O pai de Ryan também foi morto pelas mãos da Polícia Paulista.
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Antes ir ao Palácio dos Bandeirantes, a deputada deveria ir com Feliciano ao Palácio do Planalto. A Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de Santos chegou a oferecer o imóvel como garantia de pagamento de uma dívida de aproximadamente R$ 30 milhões com o Governo Federal. Somados a outros R$ 97 milhões junto ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), o hospital devia quase R$ 130 milhões à União.
Esses dados constam dos autos da ação civil movida pelo Ministério Público do Estado de São Paulo (MP-SP), que pede a desapropriação do terreno de 17 mil metros quadrados.
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O Escolástica Rosa é tombado pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado (Condephaat) e pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Cultural de Santos (Condepasa), o que implicaria em uma ampla discussão com ambos os órgãos e com a sociedade que, com certeza, gostaria de sugerir outros destinos ao prédio se encontra fechado e necessita de restauro que, segundo o Nupec, levaria três anos e custaria R$ 50 milhões. Será que o Governo do Estado não teria outras prioridades para investir essa grana?
Segundo Rosana, a ideia é unir os interesses: um centro de ensino e a recuperação do patrimônio histórico. Ela deve apresentar a ideia ao Governador Tarcísio de Freitas. Seria um “inestimável presente para a cidade”, acredita.
Vale lembrar que essa mentalidade, vamos dizer assim, ‘militaresca-praiana’ não é novidade alguma. É apenas uma versão ampliada de seu companheiro de partido, o deputado estadual Tenente Coimbra, que durante os últimos quatro anos manteve a ideia fixa, sem muito sucesso, de implantar escolas cívico-militares na Baixada.
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