Contraponto

Em Santos, até São Pedro é culpado, menos a Prefeitura!

As mudanças climáticas estão antecipando as águas de março para fevereiro. Existe tecnologia precisa que antecipa horário, força e intensidade das chuvas

Carlos Ratton

Publicado em 22/02/2025 às 08:23

Atualizado em 22/02/2025 às 08:24

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São Pedro não é culpado pela falta de planejamento e nem a Imprensa por mostrar o que está ocorrendo aos olhos de todos / Reprodução

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As chuvas de 18 de fevereiro de 2025 que deixaram Santos debaixo de água não são novidade. A música Águas de Março, magistralmente cantada por Elis Regina e Tom Jobim, já dava em tom artístico, em 1972, que elas ‘fecham o verão’ e sempre vêm fortes.

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As mudanças climáticas estão antecipando as águas de março para fevereiro. Existe tecnologia precisa que antecipa horário, força e intensidade das chuvas. 

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No entanto, mesmo assim, a Prefeitura de Santos vive hoje como na década de 1970, se eximindo de responsabilidades sobre os estragos que a chuva faz. 

São Pedro não é culpado pela falta de planejamento e nem a Imprensa por mostrar o que está ocorrendo aos olhos de todos.

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A culpa é de quem?

São as fortes chuvas as culpadas pelo alagamento no entorno do Viaduto Paulo Gomes Barbosa, da entrada da cidade, ou obras milionárias, malfeitas e ineficazes ao seu redor, que transformaram o viaduto em um toboágua com neon e placa inaugural que só falta o nome do papagaio?

A Arena...

São as chuvas as culpadas pela recente interdição da Arena Santos ou a falta de manutenção e o desleixo público que permitiram que se chovesse mais dentro do que fora, causando infiltrações e condições insalubres em todo o complexo esportivo, cultural e social, deixando centenas de idosos, que pagam impostos, sem poder usar o espaço público?

Passarela...

Também é culpa da chuva quando trabalhadores (as) se molham ao utilizar a Passarela da Agonia, ao lado da Alfândega, ou a insensibilidade e o erro de engenharia que não previu que o equipamento precisava de escadarias cobertas, teto entre elevadores e esteiras rolantes para minimizar o sofrimento de idosos, gestantes e crianças?    

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Pega a prancha...

Ainda é culpa das chuvas os recentes alagamentos da Avenida Pinheiro Machado, a ponto de marolas produzidas por veículos ultrapassarem as muretas do canal que separa as duas pistas ou de uma recente reforma urbana que não colocou galerias suficientes para absorver as águas pluviais?

Deve ser culpa das chuvas também dezenas de residências, comércios e construções ficarem debaixo dágua, mas nunca a falta de investimentos em drenagem ao invés de roda gigante no Parque Valongo, no centro da cidade, que até já foi desmontada em dezembro do ano passado.

Onde estavam?

E ainda deve ser culpa das chuvas a falta de organização das equipes CET e da Guarda Municipal durante a tempestade, apesar do alarme ter sido dado horas antes que elas viriam, como também a Zona Noroeste existir e ser alagada ano após ano, fazendo que seus moradores acumulem prejuízos que nunca têm fim.            

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Infelizmente, outros temporais virão e esse caos da última terça, com certeza, se repetirá. Como também uso das as redes sociais para alertar que a equipe de limpeza está empenhada, que é importante não se jogar lixo nas ruas e, quem sabe, uma iniciativa igual do prefeito de Aparecida, no ano de 2007, que tentou proibir enchentes por decreto.

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