Repórter da Terra
O surto de gripe aviária já matou 170 milhões
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A gripe aviária (H5N1) segue exterminando rebanhos inteiros nos Estados Unidos e tende a fugir definitivamente do controle das autoridades sanitárias do País. Isso porque quase 25% dos servidores ligados à Rede Nacional de Laboratórios de Saúde Animal serão demitidos.
O órgão é quem monitora a disseminação do vírus em 60 laboratórios espalhados pelo país. O fim doesses contratos está marcado para 30 de abril, conforme determinação do presidente Donald Trump e de seu aliado, o bilionário Elon Musk. Em fevereiro, o setor já havia sofrido o corte de seis mil profissionais. Nesta semana, foi confirmada a primeira morte de um humano por H5N1 no México.
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O surto de gripe aviária já matou 170 milhões de galinhas, perus e outras aves desde 2022 nos Estados Unidos, segundo a agência de notícias Reuters. E isso provocou uma drástica redução na produção de ovos no país.
A gripe também infectou quase mil rebanhos leiteiros desde 2024. No ano passado, 70 pessoas contraíram o vírus, a maioria trabalhadores rurais, e uma morreu.
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A perda média tem sido de 42,3 milhões de galinhas poedeiras por ano desde o final de 2022, ou cerca de 11% do estoque médio dessas aves desde o início do surto.
Mas, 12 milhões de poedeiras foram perdidas só no último mês de fevereiro. No primeiro trimestre de 2025, já são mais de 35 milhões, o que demonstra a escalada da doença, segundo a American Farm Bureau Federation, espécie de sindicato nacional dos fazendeiros.
E o impacto foi imediato. O preço médio dos ovos grandes era de US$ 8,15 por dúzia em março. Em janeiro, a dúzia custava US$ 4,95. Mesmo assim, Trump e Musk também impuseram demissões em massa na agência que inspeciona a qualidade dos alimentos de origem animal.
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Desde então, os EUA se tornaram os maiores importadores dos ovos brasileiros. De janeiro a março, eles importaram 2.705 toneladas, salto de 346,4% em relação ao primeiro trimestre do ano passado, segundo a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA).
E isso aconteceu em plena Quaresma, período em que os católicos substituem a carne vermelha por ovos e peixes, fator que, por si só, já provoca uma alta nos preços dessas proteínas.
O Brasil registrou o primeiro caso de H5N1 em maio de 2023. Desde então, foram 163 casos em aves selvagens e três em aves criadas no fundo do quintal. A infecção mais recente foi confirmada em julho de 2024. Mas, a doença jamais atingiu rebanhos comerciais.
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Aqui, entre março e o dia 7 deste mês, os preços recuaram, conforme apuração do Centro de Pesquisas Avançadas em Economia Aplicada da USP. Na cidade de Bastos (SP), maior produtora de ovos da América do Sul, as cotações do branco tipo extra ficaram em R$ 192,90 por caixa com 30 dúzias neste início de mês, queda de 5% em relação a março. Para os ovos vermelhos, a média foi de R$ 220,32/cx, redução de 4,9% em comparação a março.
Alívio no bolso só...
Os preços do trigo continuam em alta, impulsionados pela baixa oferta doméstica do cereal neste período de entressafra. A reduzida disponibilidade interna e o consequente aumento no preço interno têm elevado as importações de trigo. Só no meio do inverno o Brasil começa a colher a nova safra de trigo, o que deve pressionar preços de pão, farinhas e massas até lá.
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...quando inverno chegar
Segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Governo Federal, no primeiro trimestre foram importadas 1,951 milhão de toneladas. Só em março/25, o volume importado cresceu 27,6% na comparação com março/24. O maior poder de compra dos brasileiros e a suspensão das tarifas de importação decretada pelo Governo Federal no mês passado ampliaram as compras no exterior.
Ofertas na feira
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Caqui rama forte, goiabas vermelha e branca, jaca, limões taiti e siciliano, pitaia, batata-doce rosada, berinjela, cenoura, mandioca, pepinos comum e japonês, cogumelos shimeji e hiratake, milho verde, manjericão, repolho verde e cebola nacional fecham a semana com preços em queda na Ceagesp, a maior central atacadista de alimentos in natura da América do Sul.
Impacto dos nossos atos
Estudo conduzido por cientistas da Universidade Federal do Rio de Janeiro revelou que 90% das espécies animais e vegetais com ocorrência no Brasil serão duramente impactadas caso o aquecimento do Planeta prossiga no ritmo atual. E isso inclui o homem. Pelo menos um quarto dessa biodiversidade pode desaparecer de vez. O Pantanal deve ser o bioma mais atingido, seguido pela Amazônia e pela Mata Atlântica.
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...na biodiversidade do Brasil
Os autores sintetizaram mais de 20,5 mil projeções já publicadas sobre o impacto das mudanças climáticas em 7,5 mil espécies de animais e plantas terrestres e de água doce. No ritmo atual de aquecimento do Planeta, um quarto dessas espécies devem perder 80% do seu habitat. O estudo foi publicado no último dia 5, na revista científica Perspectives in Ecology and Conservation.
Filosofia do campo:
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“Eu vivo para que a justiça social venha antes da caridade”, Paulo Freire (1921/1997), filósofo e educador pernambucano, autor da Pedagogia do Oprimido.
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