Repórter da Terra
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Só nesta semana, foram anunciados investimentos de quase R$ 90 bilhões para pesquisa e desenvolvimento de tecnologias capazes de reduzir a poluição atmosférica causada por veículos movidos a gasolina, diesel e gás natural no Brasil. Na terça-feira, o Governo Federal regulamentou o Programa Mobilidade Verde e Inovação, que pretende promover a transição energética no setor automotivo. ‘Pilotado’ pelo vice-presidente e ministro de Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, o programa Mover vai liberar R$ 19,5 bilhões em incentivos fiscais aos fabricantes de veículos. Imediatamente após a assinatura da portaria que criou o Mover, a Associação Nacional da Indústria Automotiva (Anfavea) anunciou que o setor investirá R$ 70 bilhões em pesquisa e desenvolvimento de novos veículos e novas tecnologias. Esses recursos serão aportados nos próximos cinco anos, sob as novas regras instituídas pelo Mover.
Otimista com a decisão do Governo de promover a substituição gradual dos combustíveis fósseis, causadores do aquecimento global e das mudanças climáticas, a Anfavea comemora a “previsibilidade” que o programa traz para o setor no horizonte de décadas à frente.
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Segundo o vice-presidente, Geraldo Alckmin, desde a assinatura da medida provisória que criou o Mover, montadoras já anunciaram R$ 107 bilhões em investimentos até 2028 no Brasil. Os recursos estão previstos para fabricação de veículos elétricos, movidos a biocombustíveis e híbridos.
Para o presidente da Anfavea, Márcio Lima, o futuro da frota brasileira é eclético e o Mover contempla todas as tecnologias. A expectativa da Associação é que, até 2026, o setor ultrapasse a marca de três milhões de veículos fabricados no País, aproveitando as três rotas de descarbonização.
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Segundo Márcio Lima, enquanto nos Estados Unidos e Europa as leis têm definindo a rota de transição energética, aqui no Brasil essa decisão caberá ao consumidor: “Nós vamos ter à disposição todas as tecnologias. Quem fará a escolha é o consumidor”.
Como antecipou esta coluna na semana passada, o Senado Federal segue dando passos para a proibição formal dos veículos movidos a gasolina e a diesel no País.
O Projeto de Lei 304/2017 já foi aprovado na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) e chegou a ser inserido na ordem do dia do último dia 20. Só falta a aprovação da Comissão de Meio Ambiente (CMA), que analisaria o PL 304/2017 em votação terminativa.
Ou seja, se aprovado na CMA, o projeto nem precisa ser apreciado em plenário. A partir daí, a proposta vai direto para a Câmara dos Deputados. Na prática, o texto altera o Código de Trânsito Brasileiro, de 1998.
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A ideia é proibir a fabricação de veículos movidos por combustíveis fósseis a partir de 2030 e vetar a circulação de carros, motos, ônibus e caminhões a gasolina e diesel em 2040. A proposta de extinguir os veículos movidos a combustíveis fósseis é de autoria do senador Ciro Nogueira (PP-PI), ex-ministro de Jair Bolsonaro.
O texto recebeu parecer favorável do senador Fabiano Contarato (PSB/ES) na CCJ e do senador Carlos Viana (Podemos-MG) na CMA. Porém, diante da pressão de uma enquete feita no site oficial do Senado, Viana pediu a retirada do projeto da pauta na reunião da CMA do dia 20 para reavaliar seu parecer.
De acordo com o autor do PL 304/2017, outros países estão tomando decisões semelhantes. Reino Unido e França vão proibir a venda de veículos movidos a combustíveis fósseis a partir de 2040; a Índia, a partir de 2030; e a Noruega, já em 2025.
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O senador afirma que esse tipo de veículo é responsável por um sexto das emissões de dióxido de carbono na atmosfera. O gás é proveniente da queima de combustíveis fósseis e agente causador do efeito estufa, que altera o clima no Planeta, com impactos na infraestrutura das nações e no bolso de agricultores e consumidores de alimentos.
Jabuticaba contra...
Em estudo conduzido na Unicamp constatou que o consumo diário de um suplemento com 15 gramas da casca de jabuticaba ao longo de cinco semanas melhorou o metabolismo da glicose no sangue de indivíduos com síndrome metabólica e obesidade. Mesmo em indivíduos saudáveis a glicemia costuma aumentar após as refeições, e níveis controlados de açúcar no sangue resultam em uma vida mais saudável.
...diabetes, doenças cardíacas...
Segundo os cientistas, compostos fenólicos e fibras presentes na casca da jabuticaba modulam o metabolismo da glicose, mesmo após as refeições. Geralmente descartada por seu sabor adstringente, a casca da fruta genuinamente brasileira pode controlar, também, os níveis de inflamação relacionada à síndrome metabólica. Entre os compostos fenólicos presentes na casca da jabuticaba estão as antocianinas, que interferem nas células L-intestinais, estimulando a liberação de insulina do pâncreas às células musculares. O estudo envolveu 49 participantes, e acaba de ser publicado na revista científica Nutrition Research.
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...inflamação e obesidade
A síndrome metabólica é um conjunto de alterações hormonais que eleva o risco de doenças cardiovasculares. Ela é caracterizada por pressão alta, obesidade abdominal, hiperglicemia e níveis anormais de triglicerídeos e HDL-colesterol. A obesidade, em geral, está associada a altos níveis de moléculas pró-inflamatórias, como se a pessoa tivesse uma inflamação constante e isso prejudica a ação da insulina. Por isso que pessoas com sobrepeso e obesidade têm resistência à insulina. E esse desbalanço leva ao diabetes do tipo 2, mas pode ser corrigido com medicamentos, hábitos saudáveis e perda de peso.
Filosofia do campo:
“Eu sei que não morrer, nem sempre é viver”, Conceição Evaristo, escritora mineira, em ‘Olhos D´água’.
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