Repórter da Terra

Recorde no etanol de milho, mais biodiesel e R$ 50 bi realinham Brasil ao Acordo de Paris

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A colheita da safra 2022/23 da cana está chegando ao fim. E, em anos passados, isso provocaria aumento nos preços do etanol, que se tornava menos competitivo em relação à gasolina. Resultado: a emissão de gases do efeito estufa (GEE) crescia durante o outono/inverno com a maior queima do combustível fóssil. E criava um empecilho ao cumprimento das metas assumidas pelo Brasil no Acordo de Paris...

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Porém, com 21 usinas especializadas na transformação do milho em etanol, o Brasil vai aumentar em 36,7% a produção do biocombustível no ciclo 2023/24, que se inicia agora. No total, serão seis bilhões de litros de etanol de milho.

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Isso significa um crescimento de 1.053% em relação à safra 2017/18. Apesar de emitir um terço do dióxido de carbono produzido pela gasolina durante a combustão nos motores, o biocombustível torna-se carbono-zero porque os mesmos gases são absorvidos pelo milharal, na roça.

Mais: no último dia 17, o Conselho Nacional de Política Energética decidiu ampliar a quantidade de biodiesel misturado ao diesel convencional dos atuais 10% para 12%. A nova mistura passa a vigorar em abril e torna o diesel fóssil menos agressivo ao ambiente e à saúde humana. E a fração de biodiesel de soja passará a 15% em 2026.

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Para reforçar a guinada na política ambiental em relação ao governo anterior, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, anunciou que o Governo Federal vai investir R$ 50 bilhões até 2026 para promover a transição energética no País.

O anúncio foi feito na quarta-feira, durante agenda com Lula na Paraíba e em Pernambuco. O investimento deverá viabilizar novos parques de energia eólica e solar, principalmente no Nordeste, região com aptidão também para a indústria do hidrogênio verde, outra aposta do setor.

Firmado em 2015, o Acordo de Paris foi patrocinado pela Convenção da ONU sobre Mudanças Climáticas e seguido por um manifesto oficial do governo que estabeleceu o compromisso de redução das emissões brasileiras de GEE. A Contribuição Nacional Determinada (iNDC, na sigla em inglês) prevê queda de 43% nas emissões até 2030, na comparação com os níveis de 2005.

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Boi-China...

Apesar do anúncio do governo de que a exportação de carne bovina para a China será retomada imediatamente, após 30 dias de suspensão, os pecuaristas têm um passivo que terá de ser resolvido.

...e a picanha...

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Exigentes, os chineses não compram animais com mais de 30 meses de vida. Resultado: há uma boiada que deveria ter sido enviada à China, mas ultrapassou esse limite de idade durante o embargo às exportações. E como não há como escoar essa carne para outro país de uma hora para outra, o chamado boi-China vai é virar churrasco...

...nossa de cada dia

Só nos primeiros 20 dias de março, os frigoríficos deixaram de embarcar quase 80 mil toneladas de carne para a China. Enquanto isso, aqui no Brasil o preço no varejo caiu, em média, 1,22% desde a suspensão das exportações. Segundo o IBGE, essa foi a maior baixa no preço da carne em 15 meses.

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Filosofia do campo:

"Qualquer idiota consegue ser jovem. É preciso muito talento para envelhecer", Millôr Fernandes (1923/2012), humorista e jornalista carioca.

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