Repórter da Terra
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Os preços dos hortifrútis vêm acumulando quedas sucessivas desde o final de 2024 no Estado de São Paulo. É isso o que revelou o Índice Ceagesp, divulgado nesta semana pela maior central atacadista de alimentos in natura da América do Sul.
Em dezembro, a baixa foi de 3,26%. E, agora em janeiro, deflação de 5,52%. O maior destaque no mês passado foi o setor de frutas. Dos 48 itens cotados nesta cesta específica de produtos, 65% apresentaram redução de preço. E os campeões foram o abacate (-58,14%), maracujá (-50,73%), pitaia (-48,74%) e limão taiti (-34,65%). Em 12 meses, a inflação da feira acumula alta de 3,66% no Estado.
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Dentre os hortifrútis as verduras são os itens mais suscetíveis às altas temperaturas e às chuvas volumosas do verão. Mesmo assim, elas registraram variação negativa nos preços, com recuo de 3,79% em janeiro. Com esse resultado, o setor acumula baixa de 19% em 12 meses. Em janeiro, dos 39 produtos cotados nesta cesta, 62% apresentaram redução de preço. As principais baixas foram nos preços de alface americana (-33,19%), alface crespa (-33,16%), almeirão (-31,74%) e alface lisa (-30,85%).
O setor de diversos variou -0,83% em janeiro. Em dezembro, a queda havia sido de 9,73%. Com esse resultado, o acumulado em 12 meses foi de -17,19% nos preços do atacado. Dos 11 itens cotados nesta cesta específica, 36% apresentaram deflação em janeiro. As principais baixas ocorreram nos preços de batata asterix (-15,21%), batata lavada (-8,55%) e alho nacional (-2,30%).
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Já os legumes registraram movimento inverso, com alta de 4,25% em janeiro. Dos 32 itens cotados, 53% apresentaram inflação. Em janeiro, as principais altas ocorreram nos preços de chuchu (70,40%), tomate sweet grape (59,99%), pepino caipira (59,74%). Ainda assim, esse setor acumula deflação de 16,47% em 12 meses no atacado em São Paulo.
Outro setor que destoou foi o de pescados. Em janeiro, a média de preços nesta cesta de produtos subiu 12,9%. Dos 28 itens cotados, 61% apresentaram inflação. As principais altas ocorreram nos preços de bagre água salgada (73,94%), peroá branco (60%), anchovas (54,44%), sardinha lages (44,51%) e robalo (34,21%).
Café ainda vai...
O Brasil, maior produtor e maior exportador de café no Planeta, caminha para o pior período da entressafra. E a alta nas cotações das bolsas internacionais sequer foi repassada integralmente ao consumidor pelas indústrias. Portanto, há quem acredite que os preços podem subir até 25% nos próximos meses, até que a colheita da safra 2025/26 comece, em maio.
...subir mais...
Em janeiro, o café atingiu a maior cotação desde 1997, quando o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada da USP passou a monitorar os preços. E, só no mês passado, o País exportou 3,977 milhões de sacas de 60 quilos do produto.
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...nos próximos meses
Os dados foram divulgados nesta semana pelo Conselho dos Exportadores de Café do Brasil. Ou seja, em um único mês o País exportou 7,4% de todo o café que colheu ao longo de 2024...
Vinhos de Minas...
A produção de vinhos de inverno do sul de Minas Gerais conquistou reconhecimento do Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI). Isso significa que a região tem reputação e tradição como produtora da bebida, elaborada exclusivamente com a uva do tipo Vitis vinifera L. O que diferencia os vinhos de inverno produzidos em cidades como Três Pontas, Três Corações, São Gonçalo do Sapucaí, São João da Mata, Campos Gerais, Boa Esperança, e Bom Sucesso é a poda invertida. ‘Importada’ da região francesa de Bordeaux, essa técnica permite a colheita da uva nos meses mais frios, o que origina um vinho com mais açúcares naturais e produzido com menos agrotóxicos.
...e queijos do Mato Grosso
Promissores, os queijos artesanais do Mato Grosso vão participar pela primeira vez do Mundial do Queijo de Tours, na França. O torneio é considerado a Copa do Mundo do setor e acontece em setembro. No ano passado, os lácteos mato-grossenses conquistaram seis prêmios no 3º Mundial do Queijo do Brasil, realizado em São Paulo. O fortalecimento dessa cadeia produtiva incentiva o turismo rural e a expectativa é que ainda este ano seja criada a Rota do Queijo Mato-grossense por fazendas produtoras de leite do Estado, que se notabilizou pela criação de raças bovinas de corte, portanto não-leiteiras, como o nelore.
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Filosofia do campo:
“Prezo insetos mais que aviões. Prezo a velocidade das tartarugas mais que a dos mísseis. Tenho em mim um atraso de nascença. Fui aparelhado para gostar de passarinhos. E tenho abundância de ser feliz por isso. Meu quintal é maior do que o mundo...”, Manoel de Barros (1916/2014), poeta e pecuarista mato-grossense.
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