Repórter da Terra

Preço do leite aumenta 200% entre a porteira da fazenda e o supermercado

Foto: Divulgação/Agência Senado

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Produtores de leite ligados à Associação dos Criadores de Gado Holandês (Gadolando) alertaram os consumidores nesta semana para um fato que muitas vezes não chega ao conhecimento do grande público. Segundo os pecuaristas, a diferença entre o valor pago pelos laticínios, na porteira da fazenda, e os preços nas gôndolas dos supermercados disparou, chegando a quase 200%. Enquanto as indústrias remuneram o produtor com R$ 2,43, em média/litro, o alimento já pode ser encontrado por até R$ 7,00 no varejo.

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Formada por pecuaristas do Rio Grande do Sul, uma das maiores bacias leiteiras do Brasil, a Associação reconhece que os laticínios têm custos com transporte e industrialização do produto. Porém, essa diferença extrema entre o preço pago pelo consumidor e o valor recebido pelo produtor está prejudicando a produção.

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“Essa disparidade é um exemplo claro de desequilíbrio. Produtores e consumidores são os mais prejudicados”, destacou o presidente da Gadolando, Marcos Tang. O Rio Grande é um dos maiores fornecedores de leite para o Estado de São Paulo.

“É inaceitável que, enquanto o consumidor paga quase R$ 7,00 por litro, o preço de referência para os produtores no Estado seja de apenas R$ 2,43, com raríssimos atingindo R$ 3,00”, completou Tang.

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“Os produtores enfrentam enormes dificuldades, exacerbadas pelas condições climáticas adversas, que elevaram os custos de produção. O preço pago pelo leite desestimula o consumo e gera informações equivocadas para os consumidores, que muitas vezes culpam os produtores pela alta dos preços”, salientou o presidente.

Tang reforçou que os pecuaristas precisam se aproximar dos consumidores para esclarecer essa grande diferença no preço: “É crucial informar corretamente e buscar um equilíbrio que beneficie toda a cadeia produtiva”.

Cadê o arroz?...

Como antecipou esta coluna no final de maio, não vai faltar arroz no Brasil neste ano, mesmo com a especulação promovida por produtores e atacadistas após a catástrofe no Rio Grande do Sul.

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...apareceu!...

Nesta semana, o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) revelou que o suprimento interno deve atingir 14,4 milhões de toneladas. Caso essa projeção se confirme, isso representará alta de 2,4% em relação ao volume do cereal disponível em 2023.

...e o preço? Caiu!

E o valor do arroz em casca registrou queda de 5,8% no acumulado de junho no Rio Grande do Sul, após ter fechado maio com alta de quase 12%. Os números são do Cepea e do Instituto Rio Grandense do Arroz. Pesou nessa queda a decisão do Governo Federal de importar o cereal após a especulação nos preços que levou supermercados a racionar o produto ao consumidor.

Silêncio no paraíso dos...

Um triste silêncio tomou as florestas exuberantes da Ilha de Maui, no Havaí nos últimos anos. Pelo menos 33 espécies de pequenas aves foram extintas ou estão em sério risco de extinção desde que as temperaturas médias começaram a subir no paraíso dos surfistas. As mudanças climáticas criaram o ambiente perfeito para que o Aedes Aegypti avançasse sobre florestas de altitude, onde as temperaturas até então mais frias impediam sua proliferação.

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...surfistas e das aves coloridas...

E o Aedes levou consigo o vírus da malária aviária para o paraíso de aves coloridas. Até os últimos refúgios dos pássaros, em matas com altitudes entre 1.200 e 1.500 metros, já foram invadidos pelo mosquito, que também transmite dengue, zika e chikungunia. Para tentar salvar o que resta de genética, conservacionistas criaram um santuário onde protegem os alala, corvos havaianos considerados uma das aves mais raras do Planeta. No Maui Bird Conservation Center também proliferam akikikis, nativos da Ilha de Kauai e extintos na natureza pela malária. Kiwikius, i’wis e ‘apapanes também estão protegidos.

...e o Aedes, vilão e salvador

Conhecidas como “trepadeiras do Havaí”, essas aves são importantes na cultura nativa havaiana, polinizam plantas, comem insetos e sustentam a floresta, que fornecem água potável às comunidades, num perfeito equilíbrio. Das 50 espécies de trepadeiras, restam 17. E os conservacionistas tomaram uma decisão difícil. Toda semana, um helicóptero despeja nas florestas do Maui 250 mil machos de Aedes contaminados por uma bactéria que os impede de procriar. Essa estratégia diminuiu populações de mosquitos na China e no México, e vem sendo testada também na Califórnia e na Flórida.

Filosofia do campo:

“Xô, tié-sangue, xô, tié-fogo/Xô, rouxinol sem fim/Some, coleiro, anda, trigueiro/Te esconde, colibri/Voa, macuco/Some, rolinha, anda, andorinha/Te esconde, bem-te-vi/Bico calado, toma cuidado/Que o homem vem aí/O homem vem a/O homem vem aí...”, Chico Buarque, cantor e compositor carioca, em ‘Passaredo’.

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