Repórter da Terra
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Esta coluna antecipou nos dias 15, 16 e 17 de setembro que o preço do arroz iria disparar. E, aí, não há nenhuma adivinhação. Era previsível, bastava juntar dois mais dois! Àquela altura, a Índia, responsável por 40% de todo arroz colhido no mundo, enfrentava uma seca histórica e o país tinha proibido a exportação do grão. Resultado: os importadores precisavam buscar o cereal em outro lugar. E encontraram no Brasil! Logo, em plena entressafra, esse aumento na exportação enxugaria os estoques por aqui. E os preços ao consumidor subiriam...
Pois bem, 45 dias depois, institutos de pesquisa começaram a detectar essa alta. E o arroz será um dos vilões da inflação de outubro, a ser divulgada pelo IBGE nos próximos dias.
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E o preço nos supermercados vai continuar pressionado pelo menos até o Carnaval.
Só lá por fevereiro/março é que o Brasil começa a colher a próxima safra. Portanto, pelos próximos cinco meses, o arroz estocado nos armazéns terá de atender o mercado brasileiro, que remunera o produtor em reais. E terá de suprir, também, as exportações pagas em dólar, portanto mais lucrativas para os fazendeiros.
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Diante dessa disputa acirrada, quem ainda tem o cereal armazenado pisa no freio das vendas, à espera de novas valorizações.
No dia 1º, a saca de 50 quilos do grão em casca foi a R$ 105,00 no Rio Grande do Sul, responsável por mais de 70% do arroz colhido no País.
Esse é o maior valor desde outubro de 2020, em plena pandemia, quando o Brasil tinha o menor estoque disponível em 35 anos.
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E o cenário para a próxima safra preocupa. Parte das lavouras semeadas no início da primavera ficou debaixo d 'água devido às chuvas constantes no Sul.
E isso vai exigir o replantio dessas lavouras, o que aumenta o custo de produção e pode retardar o início da colheita para março/abril, ampliando o período de entressafra e a pressão nos preços.
Portanto, quem puder fazer estoque...
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O arroz foi a primeira planta domesticada pelo homem, há 10 mil anos. E isso mudou o rumo da história, permitindo que o homem deixasse de ser nômade, caçador e coletor para se fixar na terra. A partir daí, surgiram as primeiras vilas e cidades...
Até hoje, o arroz continua sendo o alimento mais consumido no Planeta.
Suco azedou...
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Nesta semana, o suco de laranja atingiu o valor mais alto desde que os contratos futuros começaram a ser negociados em Nova York, em 1966. O motivo é a previsão de safras modestas nos Estados Unidos, Brasil e México. De olho na escassez do suco quando o Ano Novo chegar, especuladores internacionais resolveram investir nos contratos com garantia de entrega futura do produto. E isso inflou a cotação.
...e tem gente lucrando...
A estratégia é a seguinte: quando faltar suco no mercado, esses especuladores repassam os contratos para distribuidores e atacadistas dos Estados Unidos, Japão e Europa. É a velha lógica do mercado: comprar antes que o preço suba. E vender quando ele subir! O Brasil responde por 75% do comércio global de suco de laranja.
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...com ataque de bactéria
E o motivo para a queda na produção é uma bactéria originária da Ásia e transmitida por um mosquito. A praga chegou às Américas há 15 anos, exige altos gastos com venenos e condena os pomares à derrubada. Foi assim na Califórnia, principal produtora de laranja nos EUA, e, depois, em São Paulo e Minas Gerais, maiores produtores de citros no Brasil.
Fazendas históricas...
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O charme das fazendas que protagonizaram o ciclo do café no século 19 é um espetáculo à parte no sul do estado do Rio de Janeiro. Os alambiques centenários e o título de Capital da Seresta, com músicos tocando valsas, chorinho e MPB pelas ruas, reforçam a vocação turística da região. Neste roteiro, que inclui cidades como Valença e Conservatória, a culinária dos tempos do Brasil Colônia também é destaque.
...culinária do Brasil Colônia...
E, neste mês, milhares de turistas devem lotar hotéis em Vassouras, durante a 6ª Feira da Cachaça do Vale do Café. A cidade fica a 100 km do Rio e a menos de 400 km de São Paulo e de Belo Horizonte. O evento tem apoio da Secretaria de Estado da Cultura e do Ministério da Agricultura, acontecerá entre os dias 17, 18 e 19, reunirá produtores de cinco estados e terá ampla programação cultural.
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...serenatas e cachaça!
O Brasil produz mais de um bilhão de litros de cachaça anualmente, com produção recorde em 2022. Só a exportação rendeu US$ 18,5 milhões no ano passado, alta de 55% em relação a 2021. Esses números fazem da cachaça o terceiro destilado mais consumido no Planeta.
Filosofia do campo:
“Se o Brasil fosse um país sério, a cachaça seria a bebida mais consumida no mundo”, Sobral Pinto (1893/1991), jurista mineiro, defensor de perseguidos políticos durante a Ditadura do Estado Novo (1937/1946) e a Ditadura Militar (1964/1985).
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