Repórter da Terra
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Com clima perfeito na virada de 2022 para 2023, o que garantiu uma safra abundante de grãos, os preços da carne bovina (-9,4%), das aves e dos ovos (-6,8%), do leite (-9,7%), do óleo de soja (-29%), da farinha de trigo (-10%), do café (-9,9%) e do feijão carioca (-18%) derrubaram a inflação dos alimentos. Com isso, o item alimentação em domicílio do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) deve fechar o ano com deflação de aproximadamente 2%. Mas, o fenômeno climático El Niño, as restrições impostas por governos asiáticos às exportações de grãos e o crescimento na demanda global por biocombustíveis devem limitar a oferta global de alimentos básicos no ano que se avizinha.
Grande produtora, consumidora e exportadora de alimentos, a Índia deve continuar a enfrentar clima seco no primeiro semestre de 2024. E isso vai impactar a disponibilidade de arroz e de trigo no gigante asiático. E, claro, a restrição na oferta do País com a maior população doo Planeta vai impactar os preços dos cereais mundo afora.
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A seca também prejudicará a produção indiana de óleo de palma, o que ampliará a demanda por outros óleos alimentícios, como o de soja. Mais consumido no mundo, o óleo de palma também deve aumentar sua participação na indústria de biocombustíveis. Essas previsões foram feitas por especialistas ouvidos pela Agência Reuters de Notícias nos últimos dias de 2023.
As incertezas no clima do Brasil também preocupam o mercado global de grãos. A expectativa é que o El Niño impacte principalmente a produção de milho do País agora no verão. Ainda assim, a expectativa é que o Brasil colha uma safra recorde de grãos na temporada 2023/2024.
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Ciente das possíveis restrições no mercado global, a China ampliou suas compras recentes, tanto de trigo quanto de milho, o que impulsiona os valores nas bolsas internacionais. E essa inflação ocorre mesmo com a adoção de rotas alternativas que permitiram à Ucrânia ampliar a exportação de grãos, na comparação com 2022, início da guerra com a Rússia.
Outro ponto positivo é a expectativa de que a produção sul-americana melhore em 2024. Na Argentina, a abundância de chuvas deve ampliar a produção de soja, milho e trigo. Segundo a Bolsa de Cereais de Rosário, 95% do milho plantado e 75% da soja estão em condições "excelentes a muito boas", graças às chuvas registradas desde o final de outubro na região dos pampas argentinos.
Vem aí o Centro...
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Capitaneada pelo Centre National de la Recherche Scientifique, da França, instituições de pesquisa dos cinco continentes se reuniram durante a 28ª Conferência do Clima das Nações Unidas (COP28), para fortalecer uma coalizão em defesa dos oceanos. A COP28 foi realizada entre novembro e dezembro, nos Emirados Árabes Unidos.
...de Inteligência...
A expectativa é que o International Panel for Ocean Sustainability (IPOS) seja oficializado na próxima Conferência das Nações Unidas sobre os Oceanos, que acontecerá na França, em 2025. A ideia é que o IPOS seja um centro de inteligência que traduza a informação científica para a tomada de decisões políticas.
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...dos oceanos
Além do Centre de la Recherche Scientifique e da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de SP, subscreveram o documento pró-IPOS a Academia Europeia de Ciências e entidades científicas dos Estados Unidos, da Espanha, da Alemanha, de Mônaco, além da Universidade Sorbonne, Universidade dos Açores e Cátedra Unesco para a Sustentabilidade do Oceano (USP/IEA/IO-USP), entre outras.
Filosofia do campo:
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“É junto dos bão que a gente fica mió”, João Guimarães Rosa (1908/1967), poeta e diplomata mineiro, em ‘Grande Sertão, Veredas’.
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