Repórter da Terra

Negociações paralelas pelos CBios aos produtores de cana-de-açúcar causam insatisfação

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A posição e a ação da Federação dos Plantadores de Cana (Feplana), entidade que representa parte dos produtores independentes de cana-de-açúcar do Brasil, têm sido objeto de críticas constantes. O cerne dessa insatisfação reside na percepção de que a entidade não tem se posicionado de maneira eficaz contra as adversidades enfrentadas pelo setor, particularmente em suas negociações no RenovaBio. Possíveis acordos que promovem uma suposta perda na participação mínima de 80% dos CBios por parte dos produtores preocupa os produtores. E a retirada do Projeto de Lei 3.149/20 da pauta da Câmara dos Deputados, supostamente acertada entre a Feplana e membros das usinas, têm gerado críticas à entidade.

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Segundo Alessandro Candido, produtor da região de Rio Claro (SP), “tiveram reuniões com usinas e disseram que acertaram um acordo. Não recebemos nada aqui. Quando recebemos é migalha, agora estão fazendo acordos e celebrando? Que acordo? Essa entidade negocia pelos interesses dela”.

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O PL 3.149/20 insere os produtores de matéria-prima para bioenergia no programa Renovabio, com a participação de no mínimo 80% nos CBios. A Política Nacional de Biocombustíveis (RenovaBio) é uma iniciativa do Ministério de Minas e Energia (MME), lançada em dezembro de 2016, que visa expandir a produção de biocombustíveis, fundamentada na sustentabilidade ambiental, econômica e social. E os CBios fazem parte do RenovaBio e, hoje, são emitidos apenas por usinas (produtoras ou importadoras de biocombustíveis certificadas pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis). Esse ativo é negociado em bolsa. Cada CBio corresponde a uma tonelada de carbono que deixa de ir para a atmosfera.

Positivo para os produtores, o PL segue na Comissão de Minas e Energia da Câmara dos Deputados sem aprovação, despois de entrar e sair da pauta em dezembro de 2023. Alegações de que esses acordos só refletem interesses particulares dos próprios membros da entidade também são objetos de questionamentos dos produtores.

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Pedro Correia, agricultor de Novo Horizonte (SP) relata a carência na defesa dos direitos do produtor. Segundo ele “O RenovaBio já tem mais de seis anos, e ainda estão conversando? O que fazem é para dar tempo às usinas. Sou produtor há 25 anos, não existe acordo. Eles só querem dinheiro. Ninguém olha por nós. Essa associação não pode negociar por mim. Os representantes dela são de usinas” O descontentamento se aprofunda com relatos de que membros da entidade também representam usinas em outros estados.

Conforme apurado, um número crescente de produtores expressa a sensação de que as indústrias não escutam suas vozes e, agora, os supostos representantes dos plantadores de cana não estariam defendendo os interesses da categoria. Essa percepção de desalinhamento entre os interesses dos produtores e as ações da Feplana contribui para um clima de desconfiança e coloca em dúvida sua legitimidade como representante do setor.

Ainda segundo Correia, “O papel dessa entidade é trazer os interesses dela. Interesses lá do Nordeste, que já tem benefícios de cotas de açúcar, podem queimar cana e ainda nem produzem muito álcool”.

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O PL 3.149/20 deverá voltar à pauta da Comissão de Minas e Energia da Câmara, entretanto a inclusão na ordem do dia depende do relator, deputado Benes Leucadio (União Brasil/RN), junto com presidente da comissão, Júnior Ferrari (PSD/PA).

O mistério da BR-116

Os preços da banana nanica caíram pela quinta semana consecutiva no Vale do Ribeira. Só na primeira semana de abril, a queda foi de 17% nos bananais de Registro, Juquiá e Miracatu. O problema é que toda essa variação negativa nos preços se diluiu ao longo da Rodovia Régis Bittencourt, que liga o Ribeira a São Paulo. Na Ceagesp, a queda nos preços da nanica foi de apenas 1% no início deste mês. Para as próximas semanas, a expectativa é de que as cotações da nanica sigam pressionadas pelo aumento da oferta.

Quer economizar?

Abacate avocado, ameixa estrangeira, atemoia, banana nanica, caqui, cupuaçu, figo, kiwi nacional, maçã gala, maracujá azedo, pera estrangeira willians, pitaya, uva estrangeira red globe, quincam e as tangerinas cravo e poncam estão em plena safra, portanto, com preços até 30% mais baixos que em outras épocas do ano.

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Filosofia do campo:

"O que vale na vida não é o ponto de partida e sim a caminhada. Caminhando e semeando, no fim, terás o que colher"
Cora Coralina (1889/1985), poeta, contista e doceira goiana.

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