Repórter da Terra

Minas ‘descobre’ ‘novo’ queijo raríssimo e cacau fecha mês com maior alta em 50 anos

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Os contratos para entrega futura de cacau atingiram, agora em julho, o maior valor desde a década de 1970 na Bolsa de Londres. Isso significa que o mercado internacional prevê muita restrição no fornecimento da matéria-prima do chocolate a partir do outono no Hemisfério Norte. O temor é o aprofundamento na escassez do fruto nos países do oeste da África, maiores produtores de cacau do mundo. E o motivo são as mudanças climáticas, que têm reduzido as colheitas desde o ano passado.

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Segundo a Agência de Notícias Reuters, “as perspectivas para a próxima safra permanecem amplamente desconhecidas”. E, para completar, “os fabricantes de chocolate estão com estoque baixo, o que significa que serão forçados a comprar em algum momento”.

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Aqui, no Brasil, produtores chegaram a paralisar as atividades no Porto de Ilhéus no primeiro semestre em protesto contra as importações de cacau, alegando que o País produz amêndoas suficientes para suprir a indústria nacional de chocolate.

A Organização Internacional do Cacau recentemente mais do que dobrou sua projeção de déficit global para a atual temporada 2022/23 (outubro-setembro) para 142 mil toneladas. Os operadores, no entanto, estimam um déficit muito maior, de 200 mil toneladas, que se soma ao déficit da safra passada de 225 mil toneladas.

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E os preços elevados desde a virada do ano já reduziram a demanda por chocolate na Europa e na América do Norte, onde a moagem de cacau caiu no segundo trimestre. Na América do Norte, a queda foi de 11,6% em relação ao mesmo período de 2022. Na Europa, a redução foi de 5,7%.

Já em Minas Gerais, o Governo do Estado acaba de reconhecer como patrimônio cultural dos mineiros uma ‘nova’ variedade de queijo minas artesanal. E essa preciosidade é produzida por apenas 160 famílias do Vale do Jequitinhonha, a região mais pobre do Estado, onde Minas é quase Bahia.

Com formato parecido ao de uma cabaça, o mesmo vegetal que dá origem a presépios em miniatura feitos pelos santeiros de Minas e que também é usado como cuia de chimarrão pelos gaúchos, o queijo cabacinha se junta a outras dez variedades de queijo minas artesanal. E cada uma delas apresenta nuances sutis de cor, sabor e aroma, a depender do capim que alimenta as vacas, do clima e da altitude da região onde são produzidos.

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O queijo minas artesanal é feito com leite cru, ou seja, sem passar por fervura. E não contém conservantes. Ele é produzido há mais de 300 anos, com técnica transferida de pai para filho, geração após geração, desde que os mineradores chegaram ao Estado na virada dos anos 1600 para 1700, para o ciclo do ouro e das pedras preciosas.

E o cabacinha é produzido há pelo menos 100 anos, mas ficou restrito à região isolada do Jequitinhonha. 

Reconhecido oficialmente pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) como patrimônio cultural brasileiro em 2008, o minas artesanal só obteve reconhecimento internacional em 2015, quando ganhou a primeira medalha em torneio internacional na França.

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Desde então, foram 40 medalhas só no Mondial du Fromage em 2021. E o ápice aconteceu em 2022, quando um site especializado dos Estados Unidos elegeu o minas artesanal da Serra da Canastra como o melhor do mundo, desbancando queijos famosos da França, Itália, Grécia e Portugal.

Diante desse sucesso internacional os produtores mineiros resolveram pleitear na Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) o reconhecimento formal do queijo minas artesanal como patrimônio cultural da humanidade. O pleito foi apresentado no início deste ano e a resposta deve sair até o começo de 2024.

Filosofia do campo:

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“Ser Mineiro é não dizer o que faz, nem o que vai fazer/É fingir que não sabe aquilo que sabe/É falar pouco e escutar muito/É passar por bobo e ser inteligente/É vender queijos e possuir bancos/Ser mineiro é ver o nascer do sol e o brilhar da lua/É ouvir o cantar dos pássaros e o mugir do gado/É sentir o despertar do tempo e o amanhecer da vida...”, José Batista Queiroz, general de brigada e poeta mineiro.

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