Repórter da Terra
A Costa do Marfim passa por crise de produção
Reprodução/TV Brasil
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A Costa do Marfim, país localizado na costa oeste da África, enfrenta uma dramática redução nas lavouras de cacau. Maior produtora das amêndoas que servem de matéria-prima para o chocolate, a nação africana colhia 2,3 milhões de toneladas a cada safra até a temporada 2022/23. Mas, o governo local teme que a produção pode não atingir sequer 1,4 milhão de toneladas na safra que começa a ser colhida em outubro e avança até março.
Diante desse cenário, o Conselho de Café e Cacau da Costa do Marfim resolveu reduzir a cota de exportação de cacau na temporada 2025/26 das atuais 1,7 milhão de toneladas para apenas 1,3 milhão. Isso representa uma queda de quase 24% no volume que o País entrega ao mercado internacional.
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A Costa do Marfim e Gana, segundo maior produtor das amêndoas, vão para o terceiro ano seguido de chuvas abaixo da média histórica. Mas, as mudanças climáticas não são o único fator da queda na produção dos cacaueiros. Segundo as autoridades locais, o envelhecimento das lavouras e a disseminação de doenças nas plantas também reduzem a produtividade.
E os dois declínios anuais consecutivos na produção sugerem que não se trata apenas de uma queda cíclica, mas de uma tendência estrutural que deverá provocar uma terceira quebra na safra dos dois países. Até 2022/23, a colheita principal, na virada do ano, rendia, em média, 1,7 milhão de toneladas de cacau, enquanto a safra intermediária, menor e mais curta, rendia perto de meio milhão de toneladas.
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Mas, segundo a agência de notícias Reuters, os dados das últimas duas temporadas levantou preocupações de que a Costa do Marfim pode não retornar ao seu nível anterior de produção pelos próximos anos.
Assim, limitar as exportações a 1,3 milhão de toneladas é uma atitude realista para a safra 2025/26. Até 2024/25 esse limite era de 1,7 milhão. E isso deverá inflacionar ainda mais os preços da matéria-prima do chocolate nas bolsas internacionais nos próximos meses.
No Brasil, a doença conhecida como vassoura-de-bruxa quase dizimou as plantações da Bahia, segundo maior produtor do País, atrás do Pará e à frente do Espírito Santo.
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O cacaueiro é originário da Bacia do Rio Amazonas, no Brasil. Mas, na safra 2023/24, a produção brasileira de cacau foi estimada em 200 mil toneladas, menos de 5% do total produzido no mundo. O Brasil é o quinto maior consumidor de chocolate no mundo.
Inflação do milho...
Uma das mais conceituadas consultorias agrícolas do País, a Datagro projetou nesta semana que o milho e o diesel serão os principais vilões da inflação nos próximos meses. Os analistas da Datagro têm sinalizado que os ajustes recentes das cotações de itens de base para as cadeias produtivas ainda podem impactar a inflação de forma sistêmica ao longo do ano. No caso dos alimentos, um grande ponto de risco é o milho, principal insumo usado na nutrição de aves de corte e de postura de ovos, além de suínos e bovinos, tanto nas criações de corte quanto de leite.
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...impactar seu bolso...
Na virada da quinzena, os preços do cereal no Mato Grosso já operavam na faixa dos R$85,00 a saca, valor mais de 40% superior ao de um ano atrás e o maior desde o início da invasão russa sobre a Ucrânia em março de 2022. Em Campinas, alta de mais de 23% em 2025, segundo o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada da Escola de Agricultura da USP.
...até o final do ano
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Só nos primeiros 15 dias de março, a média de milho exportado diariamente foi 258% superior ao volume embarcado no mesmo período de 2024, segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior do Governo Federal. E o aumento na demanda das usinas que transformam milho em etanol também colabora para a alta nos preços do grão. A Datagro estima que a aceleração vigente nas cotações do cereal pode impactar a inflação brasileira de alimentos em até 1,07% ao longo dos próximos seis meses.
Ofertas na feira
Caqui rama forte, banana nanica, goiabas vermelha e branca, jaca, limões taiti e siciliano, pitaya, batata doce rosada, berinjela, beterraba, mandioca, pepino comum, pimenta verde americana, cogumelos shimeji e hiratake, manjericão, repolho verde, batata lavada e cebola nacional fecham a semana com preços em queda na Ceagesp, a maior central atacadista de alimentos in natura da América do Sul.
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Asteroide, Terra, cratera...
Geólogos acabam de encontrar a cratera mais antiga do Planeta. Formado há 3,47 bilhões de anos o buraco com 100 quilômetros de extensão fica em Marble Bar, Austrália, e surgiu após o impacto de um asteroide com a Terra.
...e a Zona Sul de SP
Os autores do estudo publicado na revista científica Nature Communications afirmam que a descoberta pode indicar uma nova linha de compreensão sobre a história da Terra e as origens da vida no Planeta. O bairro paulistano de Parelheiros, no extremo da Zona Sul, também foi formado sobre a cratera de uma colisão de asteroide com a Terra.
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Filosofia do campo:
“Lutam melhor os que têm belos sonhos”, Ernesto (Che) Guevara de la Serna (1928/1967), médico, jornalista, escritor e revolucionário argentino.
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