Repórter da Terra

Governo recua e não importará arroz, mas cereal está 39% mais caro que há 12 meses

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O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, anunciou na quarta-feira (3) que o Governo Federal não vê mais necessidade de importar arroz porque os preços recuaram nas últimas semanas. Após a disparada no valor do grão que se seguiu à catástrofe climática no Rio Grande do Sul, de fato, o preço da saca de 50 quilos recuou nos últimos 40 dias. Ou seja, o ministro tem razão.

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Mas, só em parte! Entre o final de maio e o início de julho a saca do arroz em casca caiu de R$ 122,02 para R$ 113,94. Porém, essa queda de 7% não foi suficiente para reduzir o impacto no bolso do consumidor após altas astronômicas registradas nos últimos 12 meses. Dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) indicam que, na porteira das fazendas do Sul, o preço do cereal ficou 39% mais caro entre junho de 2023 e maio deste ano.

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Apesar do recuo, o Governo Federal mantém em vigor a portaria que autorizou a importação de até 1,1 milhão de toneladas pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), caso produtores e comerciantes voltem a especular com o produto. E o Governo Lula também manteve zerada a tarifa de importação do arroz. E disse que vai priorizar o diálogo com produtores, indústria e atacadistas a fim de evitar a escalada nos preços ao consumidor.

E essas medidas servem como uma espécie de vacina porque o cenário pode voltar a mudar nas próximas semanas. Com a valorização do dólar frente ao real, os produtos brasileiros ficaram mais baratos no exterior.

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Neste ano, de janeiro a maio, o Brasil exportou 494 mil toneladas e importou 707 mil toneladas de arroz. E exportamos o grão de pior qualidade, quebrado, mas importamos arroz integral e branco, já beneficiado. Vendemos principalmente para Senegal, Costa Rica, Venezuela e Cuba. E compramos de Paraguai, Uruguai e Tailândia.

Agronegócio receberá...
No ano-safra 2024/25, o Governo Federal vai destinar R$ 508,6 bilhões para financiar o agronegócio exportador de commodities agrícolas, como soja, milho e carnes. Outros R$ 76 bilhões estarão disponíveis para a agricultura familiar, que fornece 70% dos alimentos que chegam à mesa dos brasileiros. Todo esse recurso público representa 10,6% de tudo o que o Governo Federal vai arrecadar em impostos ao longo de 2024.

...mais dinheiro público...
Mas, apesar do volume gigantesco de dinheiro à disposição dos fazendeiros, a Associação dos Produtores de Soja não está satisfeita. Após o anúncio do Plano Safra, na quarta-feira (3), a Aprosoja reclamou e considerou o montante insuficiente.

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...que ministérios e...
A título de comparação, esse repasse de dinheiro público aos fazendeiros e sitiantes a juros camaradas, negócio de pai para filho, é maior que a soma dos orçamentos de ministérios como Educação (R$ 180 bi), Saúde (R$ 231 bi), Defesa (R$ 126 bi) e Meio Ambiente (R$ 3,7 bi) juntos.

...que programas como...
Ainda a título de comparação, o volume de recursos públicos destinados ao agronegócio é maior que a soma de todos os repasses que serão feitos a programas como o Bolsa Família (R$ 168,6 bi), o Minha Casa Minha Vida (R$ 13,7 bi), o Seguro Desemprego (R$ 50,5 bi) e o Benefício de Prestação Continuada (R$ 100,6 bi) juntos.

...Bolsa Família e Minha Casa
Mesmo somando tudo que o Governo Federal pretende investir em novos projetos de infraestrutura ao gasto com os programas sociais, o volume de dinheiro destinado a financiar o agro ainda continuará sendo maior. Neste ano, o Plano Aceleração do Crescimento (PAC) terá R$ 54 bilhões para obras nos 27 estados. Isso representa menos de 10% do que foi garantido para o financiamento do agronegócio. 

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Ofertas na feira
Abacate margarida, carambola, limão-taiti, mamões formosa e papaia, maracujá azedo, melancia, tangerinas olé e poncã, abóboras japonesa e moranga, berinjela, beterraba, cenoura, mandioca, pepinos comum e japonês, tomates rasteiro e sweet grape, almeirão; alfaces crespa, lisa e americana; brócolos ninja, manjericão, escarola, moyashi e cogumelo hiratake fecham a semana com preços em queda na Ceagesp, a maior central atacadista de alimentos in natura da América do Sul.

Filosofia do campo:
“Todas as coisas que têm algum grau de dificuldade, que parecem impossíveis, confia ao tempo porque ele oferece doces saídas a muitas amargas dificuldades”, Miguel de Cervantes (1547/1616), romancista e poeta espanhol, em ‘Dom Quixote’.

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