Repórter da Terra

Fazendeiros especulam, preço de alimento básico dispara; e quem paga a conta é você

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Quando o Rio Grande do Sul ficou debaixo d´água, em maio, os preços do arroz dispararam em todo o País. E supermercados começaram a racionar o cereal. O temor era de desabastecimento e de escalada nas cotações do grão na porteira das fazendas. Aí, o Governo Federal entrou no circuito e zerou as tarifas de importação. E autorizou a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) a importar arroz. Aí, os fazendeiros gaúchos recuaram no apetite por preços altos. Mas, acusaram Lula de querer prejudicar o agronegócio brasileiro e blá, blá, blá. Pois bem, o Governo suspendeu a importação de arroz pela Conab. E, desde então, as cotações seguiram trajetória ascendente na porteira das fazendas gaúchas, lentamente, semana após semana.

Resultado: na virada da primeira para a segunda quinzena de setembro, os valores do grão em casca atingiram a máxima em 16 semanas. Ou seja, o arroz, uma planta tradicionalmente de baixadas, de várzeas, subiu a montanha!

E quem paga a conta é você!
Diante da escalada nos preços, as indústrias empacotadoras se retraíram. A estratégia é forçar os fazendeiros a reduzirem suas margens de lucro. Mas, com os bons resultados dos últimos anos, os produtores estão capitalizados, menos vulneráveis às pressões.
E os valores só não subiram mais no mercado interno graças ao real fortalecido frente ao dólar. Mas, uma eventual alta da moeda norte-americana nas próximas semanas pode incentivar o aumento das exportações de arroz.
Aí, o céu será o limite para o preço do arroz...

Inflação no pasto,...
O valor do boi pronto para o abate disparou na porteira da fazenda, no Interior de São Paulo. E esse movimento foi traduzido em números pelo Indicador Cepea/B3, que acumula alta de 10,55% em setembro (até o dia 24). O índice é elaborado pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Escola de Agricultura da USP, com base em dados da Brasil, Bolsa, Balcão (B3), a bolsa de valores e commodities de São Paulo.

...alta no açougue...
No atacado da Grande SP, a carne com osso também registra aumentos ao longo do mês na casa de 10%. O motivo é a redução na disponibilidade de bois prontos para o abate, o que encurtou o prazo das escalas nos frigoríficos que têm trabalhado com garantia de fornecimento de animais apenas para cinco dias.

...e o copo meio cheio
As exportações em bom ritmo ao longo do mês contribuíram para o encurtamento das escalas. Mas, o principal motivo para a redução na oferta de gado e a consequente alta nos preços é o aumento no consumo interno motivado pelas políticas públicas de transferência de renda e pela queda no desemprego.

Ovo, arroz, feijão,...
Enquanto o valor da carne sobe, recordes sucessivos na produção e o preço comportado de milho e soja vêm derrubando os preços dos ovos. Dados divulgados agora apontam a produção de 956,7 milhões de dúzias entre abril e junho, maior volume de toda a série do IBGE, iniciada em 2012. Isso representou crescimento de 12% em relação ao mesmo período de 2023.

...alegria do povão
Segundo o Cepea, na parcial do terceiro trimestre (até 12 de setembro) o preço médio da caixa com 30 dúzias do ovo branco caiu 15% frente ao segundo trimestre. A cidade de Bastos, na Região Administrativa de Marília, é a maior produtora de ovos da América do Sul.

Mato Grosso, Rio, Goiás,...
Levantamento do portal de notícias O Eco aponta que o município brasileiro que mais criou unidades de conservação entre 2021 e 2024 foi Rondonópolis, no Mato Grosso, com 19 novas UCs. Em seguida, vem a cidade do Rio de Janeiro e, depois, São João da Barra (RJ), ambas empatadas com cinco novas UCs.

...Paraná e até Rondônia...
Completam os Top 10 os municípios de Paranaguá (PR) e Florianópolis (SC), com três novas UCs, além de Guapimirim (RJ), Pitanga (PR), Porto Velho (RO), Quissamã (RJ) e Saúde (BA), todas com duas unidades de conservação municipais criadas no período.

...na frente de SP...
Puxado por Rondonópolis, o estado que concentrou a maior criação de UCs nos últimos quatro anos foi Mato Grosso, com 23 no total. Em segundo lugar vem o Rio de Janeiro, com 22. A terceira posição fica com Goiás, que apesar de não ter um município em destaque, soma 13 cidades que criaram novas UCs no período.

...em proteção ambiental
Dentre os biomas, 41 das UCs criadas estão na Mata Atlântica; 36 no Cerrado; seis na Amazônia; quatro na Caatinga; uma no Pampa e outra no mar. Há ainda nove UCs que protegem dois biomas em seu território, com destaque para combinação de ambiente marinho e Mata Atlântica, com seis das UCs municipais criadas no período.

Filosofia do campo:
“Tombam árvores, morrem índios, queimam matas/Ninguém vê que o futuro está perdido/Use as mãos, mude uma planta, regue o chão, faça um pomar/Ouça a voz do passarinho/A floresta quer chorar/Quando os cedros vão tombando dão até a impressão que os estalos são gemidos, implorando compaixão”, Raimundo Fagner, cantor cearense, em ‘Canção da Floresta’.

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