Repórter da Terra

Café gerou R$ 49 bi em riquezas para o País em 2023 e safra será 5,5% maior em 2024

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Foto: Pexels/Igor Haritanovich

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O Observatório do Café divulgou na última terça-feira o balanço do ano-safra de 2023. E a conclusão é que o grão gerou R$ 49,4 bilhões em riquezas para o Brasil. Diferente do calendário tradicional, o ano-safra leva em conta a dinâmica do clima e das plantas. Assim, o cálculo levou em consideração o período que começou com as primeiras floradas, após as chuvas da primavera de 2022. E só terminou com a colheita dos frutos, no outono/inverno de 2023. A título de comparação, o faturamento do setor do café somou quase onze vezes o orçamento total da Prefeitura de Santos para este ano.
E 2024 tende a ser ainda melhor com a expectativa de uma safra maior neste ano. Pelas projeções divulgadas na última quinta-feira pela Companhia Nacional de Abastecimento, o Brasil deverá colher 58,08 milhões de sacas de 60 quilos durante o outono/inverno. Caso essa estimativa se confirme, representará uma alta de 5,5% em relação ao ano passado.
Espírito Santo, São Paulo, Bahia, Rondônia, Rio de Janeiro, Mato Grosso do Sul, Goiás e Minas Gerais vão liderar o crescimento na produção.
Os motivos para essa alta são o clima mais favorável na primavera passada, na comparação com o mesmo período de 2021 e 2022. Isso deve proporcionar um aumento da produtividade nos cafezais. Também conta o ligeiro aumento de 0,8% na área plantada. A área total destinada à cafeicultura no País em 2024, nas espécies arábica e conilon, é de 2,25 milhões de hectares, o equivalente a 2,25 milhões de campos de futebol.
Também conta a favor da próxima safra o fato de a rubiácea, a planta que produz o café, ter ciclos de alta produção a cada dois anos. É a chamada bienalidade. Assim, 2023 foi um ano de produção mais baixa nas plantas, enquanto que 2024 será um ano de bienalidade alta, ou safra cheia.
E 83% de todo o café exportado pelo Brasil passa pelo Porto de Santos. Isso faz do cais santista o maior porto cafeeiro do mundo, com impactos importantes na circulação de riquezas pela economia da Cidade. 

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Agrotóxicos nas águas...
A fundação alemã Heinrich Böll, em parceria com a francesa La Fabrique Écologique, o coletivo de ONGs ambientais Nourrir e a associação Générations Futures, apresentou em dezembro seu último balanço sobre o uso de agrotóxicos no Brasil. E o resultado foi alarmante. Segundo as entidades, a legislação brasileira é mais permissiva que a adotada pela União Europeia. Isso significa que o Brasil admite concentrações de venenos agrícolas nas águas até cinco mil vezes maiores que a Europa. E o principal foco do estudo foi o glifosato, fabricado pela alemã Bayer.

...os ‘rios voadores’...
De acordo com o Pesticide Atlas, “as substâncias tóxicas podem impactar as águas superficiais por meio do processo de ‘lavagem’ do solo, no qual nutrientes e elementos químicos são transportados para rios, lagos e oceanos. Também há o movimento da água através do solo, o que leva essas substâncias aos reservatórios subterrâneos. Os agrotóxicos podem percorrer grandes distâncias por meio da evapotranspiração, que é a conversão da água em vapor. A água evaporada é transportada pelos ventos, alimentando as chuvas em diversas regiões, fenômeno conhecido como “rios voadores”.

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...e a chuva tóxica
As entidades europeias reúnem estudos científicos, gráficos e dados sobre agrotóxicos em nível mundial. Anualmente, são lançadas versões em inglês, alemão e italiano com informações sobre diversos países, inclusive da Europa. Em novembro, a Bayer foi condenada pela Justiça dos Estados Unidos a pagar indenização de US$ 1,6 bilhão para quatro pacientes que sofreram com câncer em decorrência do uso de glifosato em suas fazendas. A Bayer direcionou outros US$ 10 bilhões para encerrar 95 mil processos nos EUA só em 2020. O glifosato está relacionado aos linfomas Non-Hodgkin. O Brasil é o maior consumidor mundial agrotóxicos.

Filosofia do campo:
“Tenho tudo aqui/Umas vaquinha leiteira, um burro bão/Uma baixada ribeira, um violão/E umas galinha ai ai... Tenho no quintal uns pé de fruta e de flor/E no meu peito, por amor, plantei alguém, plantei alguém...”, Victor Chaves, em ‘Vida Boa’.

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