Repórter da Terra
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Um café raríssimo, nativo de uma montanha da província de Gesha, na Etiópia, e produzido em pequena escala no Brasil bateu recorde de preço em leilão realizado no início deste mês. A saca de 60 quilos desse grão tão diferenciado foi arrematada com lance de R$ 25 mil no início do mês, durante o 22º Concurso de Qualidade de Café da Alta Mogiana, em Franca, no Interior Paulista.
E o que torna esse café tão especial, capaz de vencer um concurso com outros 350 grãos?
Segundo especialistas, ele é capaz de proporcionar uma experiência sensorial que remete ao perfume incomparável das flores de jasmim e ao sabor de carambolas maduras, com doçura natural semelhante à do mamão papaya.
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Essa ‘viagem sensorial’ rendeu ao grão colhido na cidade de São Tomás de Aquino, em Minas Gerais, a nota 91,43 na categoria café natural.
O grão gesha, geisha, ou gueixa em tradução irresponsável, não é produzido em escala no Brasil devido à exigência por clima, temperatura e solo específicos.
Essa variedade foi descoberta por acaso por um missionário britânico há um século na Etiópia, país africano que é considerado berço da rubiácea, a planta que dá origem aos grãos de café e que crescia selvagem pelas matas da região. Hoje, elas são plantadas nos jardins das casas.
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Na Etiópia, o ‘ouro verde’ é sinônimo de união e felicidade para um povo que valoriza as relações humanas, a conversa, no avesso das regras estabelecidas pela sociedade global que transformou o tempo em mercadoria.
A Etiópia fica no nordeste da África, próxima ao Mar Vermelho, à Arábia Saudita e ao Oriente Médio, em geral.
O país também produz outras variedades quase exclusivas e valiosas, como Yirgacheffe, Sidamo e Harrar. Este último tem sabor parecido com o grão produzido pelo vizinho Iêmen e conhecido por Mocha ou Moka.
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Outra marca dos cafés etíopes é aversão ao uso de venenos agrícolas nas lavouras, o que garante certificação orgânica à maioria dos grãos colhidos no país.
E o gesha recordista em termos de preço na Alta Mogiana foi produzido pelo fazendeiro Flávio Antônio de Matos. Grosso modo, cada quilo do grão custou perto de R$ 417,00, antes mesmo de ser beneficiado na indústria.
Da garapa ao etanol...
Cientistas ligados à Universidade Estadual de Maringá, no Paraná, acabam de publicar na revista Scientific Reports os resultados de um estudo que promoveu a substituição do pó-de-pedra por cinzas do bagaço da cana na pavimentação da BR-158. A experiência bem-sucedida foi feita no trecho entre as cidades de Campo Mourão e Maringá.
...agora, cana vira asfalto!
Segundo o engenheiro e pesquisador Vinícius Hipólito, além de mais barata, a cinza do bagaço da cana também conferiu mais durabilidade à mistura asfáltica. Ou seja, o asfalto de cana pode, em breve, virar realidade nas estradas brasileiras já que o insumo é abundante, especialmente no Interior Paulista e na Zona da Mata de Alagoas e de Pernambuco, onde as usinas transformam a cana em álcool, etanol e açúcar. Nessas indústrias, o bagaço já é transformado em energia. Faltava uma destinação às cinzas dessa queima...
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Sol, praias paradisíacas e...
Muito além das belas praias com areias limpas e mar em diversos tons de verde, Ilhabela também é sinônimo de agricultura urbana, caiçara, e sem venenos agrícolas!
...agricultura urbana e caiçara!
Agora, parte da produção da ilha está à disposição dos consumidores locais e turistas no Mercado Municipal. Recém-inaugurado, o espaço oferece hortaliças, frutas, geleias, compotas, arranjos florais, massas artesanais, pães e bolos, garantindo mais qualidade e frescor, fatores importantes para quem busca uma alimentação saudável e sustentável. O ‘Mercado Verde’ de Ilhabela fica na Rua Benedito dos Santos Sampaio, 418, na Barra Velha (antigo Detran), e funciona de terça a domingo, a partir das 8 horas.
Boa notícia!
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O Massachussets Institute of Technology (MIT) anunciou uma boa notícia nesta semana: as emissões de mercúrio provenientes da atividade humana vêm diminuindo nas últimas duas décadas, apesar da alta nas emissões globais de gases do efeito estufa. Os pesquisadores analisaram medições de todas as estações de monitoramento do Hemisfério Norte e descobriram que as concentrações atmosféricas de mercúrio diminuíram 10% entre 2005 e 2020. O mercúrio é uma neurotoxina potente que entra na atmosfera a partir de fontes como usinas elétricas a carvão e mineração de ouro. O poluente tem capacidade de absorção de calor de 15 a 40 vezes superior à do gás carbônico.
Filosofia do campo:
“Pago o preço de nunca escrever para agradar os poderosos. A solidão, a miséria, nada me abateu, nem me desviou do meu caminho de crítico da sociedade, de repórter incômodo e até provocador. Estou no campo, não corro, não saio...”, Plínio Marcos (1935/1999), dramaturgo santista.
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