Repórter da Terra

Agro reduziu área de arroz, feijão e frutas para plantar soja e milho, comprova estudo

Ibre revelou que a inflação disparou

Pexels

Continua depois da publicidade

O Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) transformou em números uma sensação que acompanha o consumidor a cada ida à feira. Em carta divulgada na última quarta-feira, o Ibre revelou que a inflação específica de frutas, verduras e legumes disparou no mesmo período em que a produtividade das lavouras desacelerou.

Faça parte do grupo do Diário no WhatsApp e Telegram.
Mantenha-se bem informado.


O crescimento da produção agrícola mundial foi, em média, de 2,6% ao ano nas décadas de 1990 e 2000. A partir da década seguinte, iniciada em 2010, o índice de expansão na produtividade das lavouras foi de “apenas” 1,9% ao ano. E essa “pisada no freio” coincidiu com a intensificação dos eventos climáticos extremos, como as secas e as enchentes, reflexo das mudanças climáticas globais. Segundo os economistas vinculados ao Ibre, a disparada no preço dos alimentos vem se intensificando desde então.

Continua depois da publicidade


Enquanto o índice oficial de inflação do Brasil (IPCA) acumulou alta de 109% entre 2012 e 2024, o preço das frutas disparou 299%, o das verduras subiu 246% e os legumes ficaram 188% mais caros no mesmo período. Essas altas fizeram o custo com a alimentação em domicílio registrar inflação específica de 162% no mesmo período.


Ligados à Fundação Getúlio Vargas, os pesquisadores concluíram também que a área destinada ao plantio de frutas, verduras e legumes caiu na maioria dos estados brasileiros entre 2010 e 2023. Nesse período, só cresceu o espaço destinado ao cultivo de soja e milho, grãos com mercado garantido no exterior.

Continua depois da publicidade


Enquanto isso, o Brasil registrou quedas de 40% na produção de mamão, de 20% nas safras de laranja, de 10% na colheita de bananas, de 8% no volume de tangerinas e de 5,6% na produção de maçãs.


Ainda de acordo com os economistas do Ibre, a produção de feijão por habitante no Brasil caiu 20% na comparação de 2024 com 2012. No arroz, queda de 22%.


O Instituto Brasileiro de Economia foi criado em 1951 e tem por missão pesquisar, analisar e disseminar estatísticas macroeconômicas e pesquisas econômicas aplicadas que sejam úteis para o aperfeiçoamento das políticas públicas ou da ação privada na economia brasileira.
 
Comida de gente e de bicho...

Continua depois da publicidade


Cotado em dólar nas bolsas internacionais, o milho tem sido cada vez mais usado como matéria-prima alternativa à cana. O Brasil produziu 6,3 bilhões de litros de etanol de milho em 2023/24 e deve aumentar o volume para 9,5 bilhões de litros neste ano. A expectativa do setor é atingir 16 bilhões de litros desse biocombustível até 2032.
 
...vira combustível para carro


Em 2024, o Brasil contava com 22 usinas de etanol de milho. Doze novas plantas industriais do gênero estão em obras e outras nove receberam aval da Agência Nacional do Petróleo para construção. Os dados são do banco Citi e foram divulgados nesta semana pela agência Reuters.
 
Exportação de ovos explode...
A exportação de ovos disparou às vésperas da Quaresma, período em que o consumo cresce devido à substituição pelos católicos da carne vermelha por proteínas alternativas. Dados da Associação Brasileira de Proteína Animal mostram o embarque de 2.527 toneladas no segundo mês do ano, contra 1.604 em fevereiro de 2024. Isso representou um aumento de 57,5% nas exportações de ovos em 12 meses.
 
...em plena Quaresma
Essa explosão na demanda foi alimentada pelo mercado dos Estados Unidos, que enfrenta uma drástica redução na oferta de ovos devido à expansão da gripe aviária nas granjas do País.
 
Feijão, alegria do povão

O feijão está ajudando a amenizar a inflação dos alimentos. Segundo o Instituto Brasileiro do Feijão e Pulses, o feijão-carioca fechou o mês de fevereiro com preços 29% abaixo dos valores praticados no mesmo período de 2024. Já o feijão-preto registrou cotações 42% abaixo do valor registrado em fevereiro de 2024.
 
Ofertas na feira

Abacate geada, ameixa chilena, banana-nanica, limão taiti, limão-siciliano, pitaya, batata-doce rosada, berinjela, beterraba, jiló, mandioca, quiabo, pimenta cambuci, milho-verde, manjericão, batata lavada e cebola nacional fecham a semana com preços em queda na Ceagesp, a maior central atacadista de alimentos in natura da América do Sul.
 
Gases do efeito estufa vão...

Continua depois da publicidade


Engenheiros aeroespaciais do Massachussets Institute of Technology (MIT) descobriram que os gases do efeito estufa estão mudando o ambiente do espaço próximo à Terra. E esse fenômeno pode, com o tempo, reduzir o número de satélites que poderão operar de forma segura.
 
...causar colisões de satélites


Os pesquisadores relataram nesta semana que o dióxido de carbono e outros gases de efeito estufa estão fazendo a atmosfera superior encolher, justamente onde a Estação Espacial Internacional e a maioria dos satélites orbitam hoje. E isso reduz a ação de uma força que puxa satélites antigos e outros detritos para altitudes onde eles encontrarão moléculas de ar e queimarão. Portanto, o menor arrasto causado pelo aumento na concentração de gases na atmosfera significa maior vida útil para o lixo espacial, o que aumentará o risco de colisões em órbita.
 
Filosofia do campo:
“Senhor, ajudai-nos a construir a nossa casa com janelas de aurora e árvores no quintal”, Manoel de Barros (1916/2014), poeta mato-grossense.

Continua depois da publicidade

Mais Sugestões

Conteúdos Recomendados

©2025 Diário do Litoral. Todos os Direitos Reservados.

Software