Repórter da Terra

Abra o olho: com preços recordes do café, 'cafake' invade supermercados brasileiros

A primeira carga foi encontrada no interior de SP

O 'café fake' está invadindo o País

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Abra o olho, consumidor! Com os preços recordes no mercado internacional, acaba de chegar ao mercado ao “café fake”. Com embalagem parecida ao grão torrado e moído tradicional, o “cafake” é feito à base de subprodutos da colheita.

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E ele tem cheiro de café e aparência de café, mas é produzido a partir de cascas removidas dos grãos, folhas e até pedaços de galhos do cafeeiro, exceto a semente do café. E o consumidor desavisado acaba levando para casa um produto “sabor café”. 

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A primeira carga do “cafake” foi encontrada em supermercados de Bauru, no Interior Paulista, no final de janeiro. O alerta foi feito pelo diretor-executivo da Associação Brasileira da Indústria de Café (ABIC), Celírio Inácio da Silva.

O café fake é uma “clara e evidente tentativa de burlar e enganar o consumidor”, disse o diretor da ABIC à Agência Reuters de notícias nesta semana. O produto é empacotado por uma empresa que atua no mercado há 32 anos e tem sede em Salto de Pirapora (SP).
A entidade denunciou o caso ao Ministério da Agricultura e à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), porque há preocupação com a saúde dos consumidores.

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E também há uma questão de credibilidade do produto: em 2024, a ABIC criou um selo para atestar a qualidade do café comercializado pelas principais marcas que atuam no mercado nacional. O objetivo era conter a venda de grãos moídos misturados com milho torrado, por exemplo.

“O Brasil mostrou que café não é tudo igual, tirando esse ranço de que não bebemos bons cafés. Se não combatermos isso, as pessoas vão começar a beber este ‘cafake’ e dizer que não gostam. E elas podem diminuir o consumo (do café tradicional)”, resumiu o diretor da ABIC.

O café fake é comercializado por cerca de R$ 15,00 nas embalagens de 500 gramas, metade do preço médio do café torrado e moído.

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Preço do café...

Depois de atingir, em janeiro, a maior média mensal da série histórica iniciada em 1996, a saca de 60 quilos do café arábica inicia fevereiro com máximas reais na Capital Paulista. Segundo o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada, a saca superou os R$ 2.565,00 ao longo da semana.

...não para de subir...

O impulso segue vindo da oferta limitada de grãos para negócio e dos estoques apertados. A demanda internacional voraz e projeções indicando quebra de 11,6% na colheita de Minas Gerais, por exemplo, na safra 2025/26 colaboram para essas altas históricas nos preços.

...por estoques reduzidos...

“As vendas da safra brasileira 2024/25 seguem aceleradas, com 82% do (café) arábica e 91% do (café) conilon já comercializados, superando a safra anterior e a média. Capitalizados, os produtores mostram pouco interesse em novas vendas, o que também ocorre em outras origens, como Vietnã, América Central, Colômbia e Índia”, observa Laleska Moda, analista de Inteligência de Mercado da consultoria internacional Hedgepoint Global Markets.

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...no pior momento em 46 anos

“Estamos passando por um momento de muita tensão. Nem na geada de 1979 achei preços tão elevados. Isso faz com que a matéria-prima fique cada vez mais disputada e os industriais vão repassar esses preços”, disse o diretor da Associação Brasileira da Indústria de Café, Celírio Inácio da Silva.

Arroz barato no Brasil...

Em janeiro, a cotação média do arroz na porteira da fazenda foi de R$ 99,72 pela saca de 50 quilos. E esse é o menor valor desde agosto de 2023. No comparativo com janeiro/24, a desvalorização é de 21,63%. Os dados são do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada, ligado à Escola de Agronomia da USP.

...e caríssimo no Japão

O primeiro-ministro japonês, Shigeru Ishiba, determinou a adoção de medidas para conter a inflação dos alimentos, incluindo uma liberação sem precedentes de arroz estocado pelo governo. Os preços de vegetais e outros custos de vida dispararam no Japão nos últimos meses. 

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Segundo a Agência Reuters, o preço do arroz aumentou 55% em 2024 no País. Aqui no Brasil, os estoques reguladores de alimentos foram zerados durante os governos Michel Temer (2016/2018) e Jair Bolsonaro (2019/2022), após quase um século sendo usados para conter a inflação.

Ofertas na feira

Santa Catarina abriu oficialmente a colheita da pitaya na última quinta-feira. E, em cotação realizada nesta semana no atacado da Ceagesp, a fruta já estava 56,9% mais barata que há 30 dias. Na comparação anual, a pitaya está 6,5% mais em conta que em fevereiro de 2024.

Ofertas na feira 2

Ameixa rubi mel, lichia, limão taiti, uva niágara; abóboras japonesa, moranga e paulista; batata-doce rosada, berinjela, beterraba, jiló, mandioca, pimentão verde, pepinos caipira e comum; alfaces crespa, lisa e americana; brócolis ninja, couve manteiga, escarola, milho verde, manjericão, batata lavada e cebola nacional fecham a semana com preços em queda na Ceagesp.

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Filosofia do campo:

“Sabe o que ela me lembra? Uma rosa perfumada num buquê de flores artificiais”, Jorge Amado (1912/2001), escritor baiano, em ‘Gabriela, Cravo e Canela’.

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