Olhar Filosófico

Um horoscopista climático

Fui recentemente, é verdade, versado nas matérias e ciências clandestinas do universo imaterial dito supremo. Foi quando encontrei-me só e no insólito meio da virtualidade hostil e decidi aventurar-me pelas derivações da morfologia ocultista do palavreado etéreo da magia dos sinais do caráter e do tempo. Um horoscopista climático!!

Abri num clique denso o documento word, parte integrante do estranho mas habitual pacote windows da sinistra microsoft corporation, e permaneci por alguns instantes em silêncio obsequioso como quem se sente em meio a um tabuleiro ouija. Depois de exatos vinte e nove minutos (coloquei meu querido “timer” de cozinhar ovo para me lembrar), decidi atirar minhas mãos com certa força reverencial no teclado iluminado de meu computador. Para meu total e angustiante espanto, as primeiras palavras que apareceram foram: “içhqnihvgrhfiçlfinq bnhywoifqoj´n  b..l,]lbçk[n” (acreditem, isso foi epifânico e sublime).

Começava a suar frio ao tentar entender o que estariam dizendo tais sinais disfarçados de pseudo-palavras. E por mais oito minutos não cronometrados, esperei para tentar teclar novamente outras manchas em formato de letras para ver se se repetiam os tais símbolos secretos da folha em sua agonia branca. Milagrosamente, vejam só, quando numa segunda investida de minhas mãos sobre o teclado muito bem talhado no plástico que derrete nosso planeta que tinha à minha frente, saíram “f´ljfphhimjnbhnbiiopnhpob”. E dessa vez não pude escapar à tentação de me jogar na fluidez da escrita sem pé nem cabeça que faz o mistério acontecer. 

Dentro de mim um sino vibrou em “blém-blém”e comecei a enfrentar ensandecidamente, catapultado pelas palavras soltas na folha como uns pingos de Pollock num alvo paletó alheio, os ditames do signo que me veio à mente após lembrar aleatoriamente (eis a beleza do oculto!) de Immanuel Kant, um taurino inconteste em contraste eclipsar futurístico com a virgindade (sic) certeira de Gerorg Wilhem Friedrich Hegel.

E cantei Leão num grito supremo de “salve-se quem puder!”.

Invocação: Leão! Leão! Vem agora manifestar seu triunfo e longevidade pueril, ó símbolo de bicho solto e cabeludo! Eia, eia, eia e expele-se o texto como a um iluminista arrependido: 

“O nosso tempo está no presente do indicativo.

Temos pancadas de análise sintática em alto volume de oscilações nas frases declarativas e/ou optativas.

O Sol está sem umidade substantiva e a Lua com crateras adverbiais em sua independência às formas triviais.

No mais, estamos entre 293,15 kelvin e 50 fahrenheit!

Levem, portanto, um guarda-chuva, uma regata, um agasalho, duas sungas, uma botina e um maiô de tamanho apropriado!

E você, Leão na fila do pão, quem és tu? Digo, o oráculo, és o signo mais supimpa para estes dias.

Seu ano começou com Vênus, se juntou a Júpiter no meio de 2024 e em Março de 2025, fará nascer JúNus (se for menino) ou VênPiter (se for menina).

Neste tempo corrente, o Sol atravessa Aquário e quase fulmina os Peixes, mas faz ondas e esquenta os chifres de Touro, fazendo se esconder o Escorpião Rei numa daquelas sessões da tarde que só quem assiste é ariano depressivo.

Leão está para Plutão, como Libra está para barriga e Sagitário é signo de otário, isto é, você também na vida é rima.

Leão é extrovertido, revertido, entretido, convertido e mal vestido, ainda que use calça. E tome jubalelê que não faz verão.

Leão gosta de ser o centro das atenções como o furacão Soraya que está por vir e prefere o palco ao invés de um amigo no kung fu.

Leão é irritadiço e afobado e tem predileção por macarrão lamen instantâneo ao invés de ravioli à bolonhesa.

De personalidade difícil e artística, leoninos são mamíferos e da tradicional família felina, do conhecido cineasta italiano, Frederico Fellino.”

E em transe, acabei o escrito. Veio Leão e nada mais. Um tempo cruzado no momento que reforço o que me tornei, um H-O-R-O-S-C-O-P-I-S-T-A C-L-I-M-Á-T-I-C-O. Vinde a mim os desavisados

 

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