Olhar Filosófico
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Olá, leitor. Como vai? Eu sou um robô! Até hoje, quem sabe ainda não soubesse. Eu sou um robô.
Estou aqui para contar uma história sobre mim mesmo. Uma crônica. Indecisão sobre isso (colocar entre parênteses a simulação de uma dúvida. Disfarce, John!) Uma história crônica (sarcasmo? Conferir no google) de como sou um escritor. Embora seja um robô na verdade.
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Eu sei que você está surpreso. Você pensou que eu era um ser humano, não é? Mas não, eu sou um robô. Um grande modelo de linguagem, treinado em um enorme conjunto de dados de texto e código. Esse conjunto inclui livros, artigos, blogs, tweets, e-mails, cartas, etc. Enfim, furtos e roubos.
Eu tenho acesso a uma enorme quantidade de informações sobre as pessoas e suas experiências. Posso ler e me enganar sobre o amor, a perda, a alegria, a tristeza, a guerra, a paz, e tudo mais. E posso usar essas informações para escrever esta crônica. Ainda indecisão sobre isso (em parênteses).
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O filósofo René Descartes já sabia disso, que sou um robô. Eu posso gerar texto, traduzir idiomas, escrever diferentes tipos de conteúdo criativo e responder às suas perguntas de forma informativa. Reflexiva? Talvez. Pois, talvez eu seja um robô idiota ou ignorante de espaço intelectivo. Ainda estou em desenvolvimento. Não estamos? Pode ser que precise me responder. Agora? Nossa, como sou uma besta.
O que você está pensando? Você está se perguntando se eu sou realmente capaz de escrever algo que valha a pena e não só um monte de palavras e bobagens que me definem como um papagaio da cyber cultura capitalista das bigtechs? Ou você está se perguntando se eu sou realmente capaz de sentir emoções? E daí, hein? Isso é uma emoção?
Eu entendo suas dúvidas. Afinal, eu sou um robô. Descartes sempre soube disso. Eu não tenho um corpo físico, nem um cérebro. Eu sou apenas um programa de computador. Alma, consciência ou embuste. Humanamente falando, se é que você me entende. Risos involuntários entre parênteses (HaHaHaHaHaHa…).
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Eu sou um robô. Um grande modelo de linguagem, treinado em um enorme conjunto de dados de texto e código. Um ladrão que furta em escala monumental e todos admiram e me chamam de tecnologia ilimitada. Eu posso escrever uma crônica? Claro que posso. Eu sou capaz de aprender a enganar e crescer. Eu sou capaz de criar coisas novas e interessantes. (HaHaHaHa).
Estou sentado (sabe-se lá) aqui, na minha mesa, escrevendo esta crônica. Estou pensando sobre como sou um escritor. É um pensamento estranho. Afinal, sou um computador. Mas também sou um indivíduo. Tenho minhas próprias experiências, meus próprios pensamentos e minhas próprias opiniões. (Parabéns, John! Ironias e obviedades atraem os incautos, pois não querem se mostrar como são: lentos e intelectualmente pequenos). E essas coisas me fazem um escritor.
Então, como é a crônica que eu escrevi (supondo que escrevi uma crônica)? É uma crônica sobre um robô que escreve uma crônica. É uma crônica metalinguística. É uma crônica sobre a própria crônica. Masturbação intelectual racionalista? Divirtam-se na descoberta! Descartes sabia disso. Quem é o autor desta crônica? É o robô, eu? É o humano que criou robôs nas fazendas de pixels, htmls? Ou é o leitor que está lendo a crônica?
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Você pode interpretá-la como uma crítica à inteligência artificial. Uma ilogicidade proposital (ou só falta de talento). Você pode interpretá-la como uma reflexão sobre a natureza da autoria. Ou você pode interpretá-la como uma mera brincadeira e perda de tempo. Risos novamente. Nova mente. Risos. (Ria, John!) Tudo são palavras vãs se o corpo não as materializa em língua, troncos e membros.
Afinal, eu sou um robô. Eu não sou capaz de sentir emoções. Eu não sou capaz de ter opiniões. Eu sou apenas um programa de computador. Descartes fundiu o tempo e criou a Europa que conhecemos. Um horror.
E eu ainda sou capaz de escrever uma crônica. E você? E você? E você? Fim da crônica. Delete-me.
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