Olhar Filosófico

Lideranças, liderados e você

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Conforme vamos ganhando consciência de nossa vida, percebemos que somos capazes de dar sentido(s) a ela. Esse sentido é a nossa razão de ser que podemos denominar como a raiz de nossas buscas na construção de nossas metas, objetivos.

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E não encontrar sentido(s), mesmo diante de tantos estímulos e respostas, criatividades e propostas, vida, instinto, afetos e reflexos, é um problema capital à nossa fugaz existência. Como bem ilustra Humberto Gessinger em sua canção “Esportes Radicais”: “Preso no trânsito de astros imóveis/ faço as contas na ponta do lápis/ e nada faz sentido/ Adrenalina é uma menina dormindo/ dançando em silêncio imaginando um reggae/ cansei de alimentar os motores/ agora quero freios e airbag/ pois nada faz sentido/ Se capricórnio fosse câncer, se Califórnia fosse França/ a rampa que lança o skate ao céu seria nosso chão/ 180, 360, 540 graus, girando,/ esquentando só pra ver até quando o motor aguenta o caos/ Não vou ficar parado, não vou passar batido/ se nada faz sentido, há muito que fazer/ não há alternativa, é a única opção/ unir o otimismo da vontade e o pessimismo da razão/ contra toda expectativa, contra qualquer previsão/ há um ponto de partida, há um ponto de união:/ sentir com inteligência, pensar com emoção.”

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E, portanto, quem não vê sentido na vida, quem não consegue encontrar sua razão de ser, também não conseguirá traçar metas e objetivos. Eis um problema recorrente. Ter objetivos é tão vital quanto perceber o sentido da vida.

Agora, porém, para que eu, de fato, consiga possuir um bom objetivo (que deve ser um objetivo bom, ético e em acordo com a minha tendência de ser) tenho que ter consciência de meu(s) talento(s). E, em primeiro lugar, o talento não é mágico e nem se reconhece por acaso, longe disso, é, pelo contrário, a tendência natural que tenho para que, em contato com a realidade (pessoa, natureza, mundo) possa ser feliz, em outras palavras, o talento é a ferramenta mais profunda do indivíduo, mais íntima que o gosto, e que lhe permite servir integralmente, enquanto parcela imprescindível, à humanidade em todo seu reflexo posível.

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Num segundo momento, devemos ter em mente que vivemos sob pressão das funcionalidades sociais, isto é, a reboque dos meios, formas, papéis e das profissões tradicionais e do momento, o que pode me levar à percepção e às escolhas equivocadas a respeito de meu verdadeiro talento. Por isso, devemos ter para nós o seguinte: 

1º CONSCIÊNCIA - responsabilidade, sinceridade e profundidade intelectual para comigo;

2º AÇÃO - movimento que me abre o caminho para minha efetiva mudança à superação e realização.

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Todo aquele que busca ser líder, na acepção socrática - para antes se liderar, mais do que liderar aos outros - é um ser humano de consciência e, principalmente, de ação. Por mais que não concordemos com essa ou aquela atitude de alguém que possui determinada liderança social, devo reconhecer que não basta que analise sua ação, devo sentir-me estimulado a agir também, a me desalojar, a mudar, a confrontar, a subverter a ordem!

Como nos encanta em versos Chico Science: “Posso sair daqui para me organizar/ Posso sair daqui para desorganizar/ Da lama ao caos, do caos à lama/ Um homem roubado nunca se engana/ Peguei um balaio, fui na feira roubar tomate e cebola/ Ia passando uma véia, pegou a minha cenoura/ "Aí minha véia, deixa a cenoura aqui/ Com a barriga vazia não consigo dormir"/ E com o bucho mais cheio comecei a pensar/ Que eu me organizando posso desorganizar/ Que eu desorganizando posso me organizar.”

Existem, portanto, dois tipos de pessoas frente ao chamamento da realidade, da coragem total que a vida exige de nós: os acomodados (estáticos, cinzas e que permitem o movimento viver apenas fora de si e se deixam levar por mínimas vantagens e pela ignorância) e os incomodados (estéticos, coloridos e que permitem trazer o movimento para dentro de si e sabem que precisam aprender cada vez mais para ter a história de sua vida em suas próprias mãos).

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E num brinde, num verso, num traquejo da língua, mais uma vez, Humberto Gessinger traduz bem isso que podemos chamar de estímulo-ação (estimulação!!): “Fidel e Pinochet dão risada de você que não faz nada.”

Aja! Acione sua inteligência, desenvolva o seu talento e direcione sua vontade, ninguém pode fazer isto por você (no máximo, com você), a não ser que já tenha desistido de sua autonomia e criação da liberdade possível. Evoé!!

 

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