Olhar Filosófico
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Parabéns, seus canalhas! Mais um ano passou, e vocês continuam aí, fazendo pouco. Vocês são os mesmos de sempre: corruptos, hipócritas, egoístas, violentos, covardes, sobretudo, covardes.
Vocês são os que exploram os pobres, os que roubam o dinheiro público, os que matam (e de preferência, os inocentes). Vocês são os que destroem o meio ambiente, os que espalham o ódio e a intolerância. Vocês são os que destroem a floresta, atacam os indígenas, matam os peixes, plantam agrotóxicos e colhem plásticos para nos colocar àvenda, rendidos, e à boca o que não presta.
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Vocês são os responsáveis por quase tudo de ruim que acontece no mundo (a outra parte fica aos herdeiros). Vocês são o que da humanidade não deu certo. O enxofre que encobre a flor. O cheiro da exploração, a arrogância do capital, o senso da ignorância que almeja a grana e desdenha o saber. Na terra, ainda assim, nem todos serão adubo, nem todos sementes, outros da alma terão vida ausente.
Mas não se preocupem, canalhas, porque eu estou aqui para desejar a vocês um feliz ano novo. Mais uma vez! Dentro do meu sacrossanto direito de ficar puto, mas sem perder a ternura jamais.
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Um feliz ano novo cheio de merda (no sentido teatral, é claro), repleto de cacófatos e gerundismos! Como quem sempre está pagando para sempre estar fazendo algo com o qual se sinta próspero, como aquele que chegou a pouco de fora e se lambuza de estrangeirismos.
Que vocês continuem agindo como sempre, fazendo o mundo um lugar pior. Servindo de mau exemplo. Pobres de tudo, só tem dinheiro. Que vocês continuem a enriquecer às custas dos outros, a destruir o futuro das próximas gerações. Que seus filhos e filhos dos seus filhos ganhem consciência e vergonha para que se rompam ciclos, antes do apocalipse natural fabricado das mãos humanas.
Que vocês continuem a espalhar a violência e as armas, a dividir as pessoas e a promover a intolerância. Que as munições te alimentem o corpo e sustentem a alma, pois quem compra uma arma assume a condição prévia de homicida. E o que pastoreia ensandecido, bufando cólera, desejo que encontre enfim, naquele fiel atento, a ira santa, a santa defesa dos que já nascem como que condenados pela ideologia do deus idólatra.
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Um feliz ano novo de merda (no sentido teatral, sempre)!
Que vocês (ainda) não encontrem a felicidade, e nem tenham um minuto de paz, como quem vive com olhares na nuca que condenam e revelam o que já sabem do que são feitos e têm consciência do que fizeram e farão. Parasitas. Seja de farda, toga ou roupas sacerdotais. Vestimenta de casamento, microfone do telejornal ou canal de dancinhas no Tik Tok. E muita mentira para alimentar a máquina da Meta, o X do Musk e companhia limitada. Que andam brincando de usurpar a Lua, Marte. Donos, donos, donos, dos corpos, do mundo, da galáxia. Ouço risos do microorganismo chamado bactéria ou vírus.
Um feliz ano novo, aos que vagueiam cheios de tédio a encontrar os destroços do Titanic, aos indutores do rancor e da sensação de vazio que nunca estará preenchido!
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E sei que vocês não vão mudar. Mudar exige respeito, conhecimento e vontade de ser mais. Vocês são sempre os mesmos, ano após ano. E, por isso, desejo mais um feliz ano novo (pois nem se questionam sobre a felicidade). Vocês são a humanidade em desespero que sorri com plásticas na cara e teclas de piano nos dentes, o riso dos ímpios e senhores do mato, e vão continuar assim.
Então, eu só posso desejar a vocês um feliz ano novo desde o barro de Mariana e Brumadinho, onde a vida não vale muito, quase nada. Desde o chão oco dessalgado de Maceió e do rombo também nos cofres públicos daquela que é brasileira mas se diz americana. Um feliz ano novo pelas imagens do drone que acompanha o garimpo no coração dos ianomâmis e a fraude nas câmeras policiais.
Que vocês sejam felizes! E se sintam vencedores! Nas redes, nas redes! Onde tudo parece poder e nada será.
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Que vocês sejam felizes sem demora! Com algemas, tornozeleiras e se acreditam num mito, que venha a história e o atropele, que venha a vida e o desmonte, porque de grito em grito, muitos sempre permanecerão surdos.
Feliz ano novo, seus canalhas! A humanidade que poderia ter sido e não foi. Eu aqui, encantado ou não, feito chão árido ou semente, seguirei desejando um feliz ano novo! Que continuem sendo o silêncio de Deus.
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